CRÍTICA | BARBIE

Fazia muitos anos que a Barbie não alcançava tanta popularidade como nas últimas semanas. E você também já deve estar cansado(a) desta recente invasão da boneca mais famosa da história em todos os lugares possíveis. Porém, tudo isso não é atoa; o mais novo blockbuster do cinema estreou na última semana e vem levando multidões para os cinemas e encantando públicos de todas as idades – e por incrível que pareça – principalmente os mais velhos.

Em Barbie, acompanhamos o dia a dia das bonecas no “Barbieland” – o mundo mágico das Barbies – onde todas as versões delas vivem em harmonia e suas preocupações são sempre as mesmas: Roupas, festas e diversão. Até que algo estranho começa a acontecer com a modelo principal das Barbies onde ela precisa recorrer ao mundo real e isso acaba trazendo graves consequências para o seu mundo, que até então era aparentemente perfeito.

O primeiro ponto que preciso contar sobre a minha experiência e a de muitos que já assistiram ao filme é que o longa não se trata de um filme para crianças. Não há nada tão pesado assim, mas claramente o novo filme de Margot Robbie possui temas e piadas que são totalmente destinadas para adultos, o que pode se tornar um ‘problema’ para crianças e ainda pode vir a ser um pouco entediante para esse público infantil. Já para os adultos, o filme é algo muito divertido, engraçado e pode ser identificado como uma comédia que possui muitas referências ao mundo real, fora que aborda muito sobre a infância dos que hoje são adultos. O enredo é construído em cima de temas fortes como feminismo, machismo e até mesmo morte (sim, eu disse que o filme não era para crianças).

Um dos aspectos mais impressionantes do filme é a sua abordagem moderna e inclusiva. A história apresenta uma protagonista forte e carismática que quebra estereótipos de gênero, empoderando meninas e meninos a acreditarem em seus sonhos, independente do que a sociedade possa dizer. Além disso, o filme abraça a diversidade de uma forma genuína, promovendo a importância da inclusão e da amizade verdadeira. E por se tratar de uma criação (a boneca) feita em um mundo que na época era inteiramente machista e nada inclusivo, o filme retrata bastante essa mudança do ontem e do hoje, trazendo para o enredo um contraste entre o mundo real com o “Barbieland“.

A trama é habilmente construída e repleta de reviravoltas emocionantes. Os momentos de aventura são bem dosados com cenas de ternura e lições de vida valiosas, mas também possui momentos de certo peso. A narrativa flui suavemente, capturando a atenção do público desde o primeiro minuto até o desfecho emocionante. Os cenários são belíssimos com certas construções propositalmente retrô, efeitos sem muitas firulas e algumas sacadas muito bem pensadas que à todo momento faz você pensar; “Nossa, se isso fosse verdade aconteceria exatamente dessa forma”.

PS: Depois que você assistir ao filme você entenderá o que eu quero dizer com isso.

Além disso, a trilha sonora é simplesmente encantadora! As músicas são cativantes e contribuem para criar uma atmosfera mágica durante toda a projeção. Algumas cenas são exageradamente forçadas e fazem o filme parecer bobo e infantil, mas tudo isso é proposital e faz parte da narrativa e do tema. Afinal, por mais que o filme traga alguns assuntos pesados, continua sendo sobre uma boneca que vive em um mundo mágico, certo?

Os personagens secundários são muito bem desenvolvidos e adicionam uma camada extra de carisma à trama. Cada um deles proporciona uma personalidade única, trazendo momentos de risadas e emoção. É difícil não se apaixonar por alguns companheiros de jornada da Barbie e por alguns momentos chave em que eles são apresentados. E neste momento precisamos enaltecer cada uma das atuações, seja dos personagens principais do filme ou mesmo dos secundários que conseguem ser tão importantes como a boneca protagonista, assim como a direção e roteiro de Greta Gerwig, que parece que conseguiu encaixar tudo no seu devido lugar.

Em suma, “Barbie” é uma experiência cinematográfica deslumbrante que vai tocar o coração de que for aberto para isso. Mesmo sendo um filme realmente surpreendente para quem não vai esperando muita coisa, pode não agradar à todos, principalmente a crianças mais novas que não entenderá parte das piadas e temas abordados no filme. Para quem é fã, o filme é um verdadeiro presente, além de uma oportunidade perfeita para novas gerações se apaixonarem pela beleza e encanto desse ícone atemporal. Vale lembrar também que Margot Robbie e Ryan Gosling parecem ter se entregado totalmente ao papel, sendo impressos de forma convincente e perfeito em cada um de seus personagens.

NOTA 5/5

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