Crítica | Death Note (Netflix)
A adaptação de Death Note da Netflix chega cercada de muita desconfiança. Desde as primeiras informações e trailers o projeto não agradou muito os fãs. O longa, antes de seu lançamento, ainda possuiu uma polêmica sobre o whitewashing presente no filme, deixando praticamente toda sua origem asiática fora desse projeto, onde todos os protagonistas seriam […]
A adaptação de Death Note da Netflix chega cercada de muita desconfiança. Desde as primeiras informações e trailers o projeto não agradou muito os fãs. O longa, antes de seu lançamento, ainda possuiu uma polêmica sobre o whitewashing presente no filme, deixando praticamente toda sua origem asiática fora desse projeto, onde todos os protagonistas seriam ocidentais.
Adaptada do mangá de Takeshi Obata, a história gira em torno do jovem Light Turner (Nat Wolff), estudante brilhante que não sabe o que fazer com seu futuro até o dia em que encontra o Death Note. Ele descobre que pode adicionar nomes ao caderno, causando a morte de tais pessoas, e logo decide se livrar de vários criminosos. Seus atos, no entanto, despertam a atenção da polícia e Light começa a ser seguido por ‘L’.
Light Turner faz parte daquele terceiro grupo, um outsider dentro das convenções estudantis, que acabara de perder sua mãe e se incomoda com algumas injustiças cometidas por garotos da escola. Do céu surge um livro acompanhado de uma criatura, explicando o poder que o jovem pode deter. Basta Light colocar um nome naquele caderno que uma pessoa morrerá. Death Note é direto, e apenas com dez minutos de projeção o conflito central já está colocado, a partir daí tudo gira em torno da relação entre o garoto, o caderno e as mortes que ele pode causar. Deve ser ressaltado que Death Note da Netflix não é uma produção para fãs, mas sim uma obra que tenta apresentar essa narrativa para novos olhares, como se pegasse seu material original e remontasse para um novo público.
O diretor Adam Wingard muitas vezes utiliza sua trilha musical, embalada por um pop melódico antigo, de forma antagônica a sua imagem. Em momentos dramáticos ou de terror, começa a tocar músicas apaixonadas, dançantes, fazendo com que a cena ganhe um tom irônico e crítico, evidenciando que talvez, todo mundo, goste das mortes que estejam vendo na tela.
Existe também a falta de carisma de seus protagonistas, algo que sobrava em sua adaptação asiática, talvez isso deixe o filme ainda mais cansativo. Temos também um Ryuk escondido nas sombras, talvez a ideia do diretor fosse que isso desce “um certo medo” no telespectador e não dá, dê certa modo isso deixa o filme ainda mais chato. Só temos maças sumindo e aparecendo mordidas.
Death Note apresenta o novo, o que podia ser bom, mas é ruim pois tiraram algo que poderia ser considerado o coração do filme (Spoiler à seguir), estou falando do Olho do Shinigami, sem ele o filme perde a essência que o manga, anime e filme ocidental criou, e deixa o roteiro confuso e preguiçoso.
Death Note não é um filme do alto padrão Netflix, talvez tenha sobrado ousadia e faltado essência.
NOTA: 6,5