CRÍTICA | O Lar das Crianças Peculiares
Crianças peculiares sendo dirigidas por um diretor peculiar, você entra na sala de cinema com a certeza de que vai apreciar algo extraordinário. Talvez não seja para tanto, mas chega perto. Na trama, após a estranha morte de seu avô (Terence Stamp), o jovem Jake (Asa Butterfield) parte com seu pai para o País de […]
Crianças peculiares sendo dirigidas por um diretor peculiar, você entra na sala de cinema com a certeza de que vai apreciar algo extraordinário. Talvez não seja para tanto, mas chega perto.
Na trama, após a estranha morte de seu avô (Terence Stamp), o jovem Jake (Asa Butterfield) parte com seu pai para o País de Gales. Lá ele pretende encontrar a srta. Peregrine (Eva Green), atendendo ao último pedido do avô, que lhe disse que “ela contará tudo”. Só que, ao chegar, descobre que o local onde ela viveria é uma mansão em ruínas, que foi atingida por um míssil durante a Segunda Guerra Mundial. Ao investigar a área, Jake descobre que lá há uma fenda temporal, onde a srta. Peregrine vive e protege várias crianças dotadas de poderes especiais.
O Lar das Crianças Peculiares não é um filme extraordinário e muito menos a melhor obra de Tim Burton. O Filme tem algumas referencias aos clássicos filmes do diretor, mas tirando isso nem parece que temos Burton no comando.
O filme tem um tom leve, algo voltado ao público que gosta de filmes de super-heróis, e ao mesmo tempo temos cenas pesadas que talvez nunca vejamos em filmes da Marvel ou DC – nesses momentos lembramos que Tim Burton está no comando.
Para quem não sabe o filme é uma adaptação do livro “O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares” de Ransom Riggs. Eu não posso avaliar o filme como uma adaptação, pois nunca lí nenhum livro da série, mas pelo que andei pesquisando o filme deixa um pouco a desejar nesse quesito.
Sobre as atuações, temos um Asa Butterfield preguiçoso e com uma atuação horrível – sério, ele está em um nível Kristen Stewart no filme. A expressão de uma perda ou de um momento alegre não muda resultando em um personagem apático e sem carisma nenhum. Em compensação Ella Purnell, o interesse amoroso do personagem, consegue salvar os momentos em que divide tela com Butterfield, as atriz tem uma leveza e um jeito doce cativante. Temos o vilão principal sendo interpretado por Samuel L. Jackson – sério, em que filme o Samuel não está atualmente? O Personagem que devia colocar algum tipo de medo ou respeito acaba se tornando “tosco” pelo excesso de piadas idiotas em seu tempo de tela.
Falando em tempo de tela, é uma divisão justa que falta no filme. Temos personagens incríveis que são poucos explorados durante a trama, o que acaba sendo injusto, pois poderíamos ter um filme bem mais interessante e rico. Sobre a Eva Green, acho que dispensa comentários. A atriz é incrível e mais uma vez temos uma atuação impecável, ela consegue transmitir com facilidade o respeito que a Srta. Peregrine realmente quer passar aos seus alunos e ao público em geral.
Com uma direção de fotografia realmente incrível, O Lar das Crianças Peculiares te passa à sensação de que o filme vai se tornar incrível a qualquer momento, mas infelizmente não consegue alcançar o potencial desejado, o que torna a trama um pouco cansativa. Mas nem tudo está perdido, com excelentes efeitos especiais, o filme promete agradar o público infanto-juvenil e os fãs dos filmes de super-heróis, além de apresentar um novo lado de Tim Burton.
Essa crítica foi um oferecimento Primepass
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