CRÍTICA | Tempestade: Planeta em Fúria, vale a pena assistir?
Depois de uma série de desastres naturais sem precedentes ameaçar o planeta, os líderes mundiais se unem para criar uma rede complexa de satélites para controlar o clima mundial e manter todos em segurança. Porém, agora, algo deu errado – o sistema criado para proteger a Terra passou a atacá-la, dando início a uma corrida […]
Depois de uma série de desastres naturais sem precedentes ameaçar o planeta, os líderes mundiais se unem para criar uma rede complexa de satélites para controlar o clima mundial e manter todos em segurança. Porém, agora, algo deu errado – o sistema criado para proteger a Terra passou a atacá-la, dando início a uma corrida contra o tempo para descobrir a verdadeira ameaça, antes que uma tempestade de proporções globais devaste tudo… e todos em seu caminho. Esta é a estória um pouco equivocada deste que tinha tudo para ser um excelente filme mas foi perdido em meio a um roteiro muito mal formado e com idéias simplesmente sem pé nem cabeça.
Digamos que a melhor parte de “Geostorm” (titulo original do filme) são os incríveis efeitos especiais e ambientação e me dá um aperto no peito em saber que uma equipe incrível de fotografia perderam seu tempo com esta ideia pouco desenvolvida e extremamente puxada. E vão me perguntar, porque falas tão mal do filme? Vamos lá! O que acontece lá é que após o clima se tornar catastrófico em 2019, um time de pessoas muito fodas conseguem lutar contra isso criando inúmeros satélites (sim, eles criaram de uma hora pra outra uns 200 satélites e espalharam por todo o globo em questão de dois ou três anos) que são operados a partir de uma estação espacial internacional recentemente super-engarrafada, que tem uma grande roda, gravidade e fábricas para fazer mais satélites, que abriga os 600 cientistas que fazem tudo funcionar. E quem seria bom o suficiente para fazer isso “dar certo?” A melhor maneira de fazer essa façanha indubitavelmente impossível acontecer em apenas três anos é colocar Gerard Butler no comando. Porque, claro, ele é totalmente plausível como o cara que é simultaneamente capaz de:
1) projetar todo o sistema 2) liderar uma equipe multidisciplinar internacional de cientistas e engenheiros para construir e executar o assunto, e 3) ser um hotshot solitário que não receberá ordens e recorre à violência para conseguir o seu caminho. Mas não importa! Agora ele está fora do projeto, depois que os políticos encarregados decidem que um cara que foi o responsável por criar a porra toda não é um bom o suficiente e suas atitudes meio rudes são propícias à cooperação internacional.
Não, mas espere, ele está de volta! Por alguns anos depois, algo está errado com o “Dutchboy”, como todos chamam o sistema: em vez de fazer o tempo bom, está fazendo o tempo morrer. E quem mais será capaz de concertar a maldita coisa? Sim, o gênio que conseguiu botar a porra toda pra rolar em 3 anos! Mas espera! pode ser que exista algum tipo de esquema secreto de sabotagem e manobra política, assim como os Estados Unidos estão prestes a entregar a administração da Dutchboy na ONU? (WAITTT!!! Dutchboy foi construído pelo mundo inteiro, mas a América foi controlá-lo?) Poderia alguém em Washington DC ou na ISS ver algum benefício diplomático para “acidentalmente” congelar uma aldeia do deserto no Afeganistão ou super-aquecimento de gás de Hong Kong até que explodem metade da cidade? Meu Deus, quanta confusão!
Tsunamis em Dubai, tempestades e mais tempestade em Tóquio, raios em Orlando. Geostorm enche o espectador com um festival de CGI para tentar salvar a cagada que é este roteiro e que na maioria das vezes não envolve personagens que nos preocupam (Sim, embora a ideia principal do filme seja uma tremenda BOSTA, há personagens carismáticos que te fazem torcer por eles, mais um ponto!). Uma catástrofe, no Rio de Janeiro, espera que se investiguem se uma senhora anônima em um biquíni vai sobreviver, embora provavelmente ela seja apenas uma desculpa para obter um pouco de nudez na tela, que talvez salve o filme também? Sei lá o que se passa na cabeça de quem fez isso! Outra calamidade na Índia põe em risco um pequeno cão – e também dezenas de milhares de seres humanos, mas principalmente um pequeno cão – e, eventualmente, estamos seguros da segurança dos pequenos cães. Então, sabemos onde as prioridades de Geostorm estão. Me desculpem, mas não posso mais escrever sobre esse filme.
NOTA: 3,0
Esta crítica foi um oferecimento Primepass.
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