Entrevista Cosplay | Daniele (Dandi)
Ficha Técnica Nome: Daniele, também conhecida como Dandi, ou Pirata no meio cosplay/nerd. Paginas: https://www.facebook.com/DandiCosplayer/ http://piratadandi.deviantart.com/ http://worldcosplay.net/member/831 Cidade/estado onde mora: São Paulo- SP Hobbies: RPG, ler livros e HQs, cinéfala e gamer (digitais e analogicos). Filme favorito: Difícil definir um… posso citar alguns como Os Intocáveis, Mad Max (franquia), Coração Valente, Labirinto, etc Livro Favorito: […]
Ficha Técnica
Nome: Daniele, também conhecida como Dandi, ou Pirata no meio cosplay/nerd.
Paginas:
https://www.facebook.com/DandiCosplayer/
http://piratadandi.deviantart.com/
http://worldcosplay.net/member/831
Cidade/estado onde mora: São Paulo- SP
Hobbies: RPG, ler livros e HQs, cinéfala e gamer (digitais e analogicos).
Filme favorito: Difícil definir um… posso citar alguns como Os Intocáveis, Mad Max (franquia), Coração Valente, Labirinto, etc
Livro Favorito: O Conde de Monte Cristo foi um dos primeiros a me marcar, com certeza!
Personagem favorito: Impossível definir um! Amo muitos deles!
Há quanto tempo você faz cosplays?
Desde 2003… já vi de tudo mesmo, e é tudo um ciclo, acreditem!
O que te levou a seguir o caminho de cosplayer?
Acho que foi algo meio natural… eu frequentava muitos eventos de anime e RPG desde 1999, ver constantemente as pessoas participando do hobbie me fazia passar vontade de entrar na brincadeira…até que deu aquela louca e montamos um grupo de D&D/Senhor dos Anéis em cima da hora. Dali pra frente não parei mais!
O que o cosplay trouxe de experiência para sua vida profissional? Você trabalha com isto hoje ou é apenas um hobby?
Eu já trabalhei muito com isso… desde organização de evento, palestras pro governo, atração pra evento e ação de marketing, mas sinceramente sempre foi um hobbie! Eu só participava pela oportunidade de compartilhar isso com pessoas novas, por que eu amava aquelas personagens, mas nunca é um trabalho de fato (até por que paga bem pouco na maioria das oportunidades). Não sou modelo profissional, não tenho DRT e nem vontade de tirar a vaga de quem realmente trabalha com isso, eu sou designer e ilustradora, de resto tem que ser apenas divertido.
E o que o cosplay trouxe de bom para a sua vida pessoal?
Muitas coisas de fato! Fiz muita amizade, compartilhei muita experiencia, viajei pra muitas cidades, e até me aproximou mais de outros hobbies como a leitura de HQ. Além é claro de ajudar a construir um caráter mais firme especialmente contra os trolls, e ganhar mais confiança.
Já ganhou algum prêmio nacional ou internacional de melhor cosplay? Quantos e quais?
Sim, já ganhei alguns, um com minha Maria Hill, outro com a Vampira, e lembro de ter ganhado um terceiro, mas sinceramente não me lembro qual…. o.O Foram prêmios em concursos específicos para fãs, mas não ligo muito pro pódio… não sou do tipo que faz algo para competir, faço por que gosto da personagem/série. Se ganhar algo, caso dê vontade de participar… é um bônus.
Para você, quais são as maiores dificuldades e desafios de um cosplayer no Brasil, atualmente?
Temos dois tipos de problemas: a inflação, e a falta de caráter de alguns colegas de hobbie. A inflação dói direto no bolso, não da mais para comprar um peruca boa a R$14 como comprava a uns 5 anos atrás, agora as mesmas peças saem por quase R$150 pela alta do dólar, além de ter crescido MUITO o número de roubo de cargas pelo correio, e taxação de produtos na alfândega de forma claramente injustificada (como cobrar R$80 reais por um produto que custava menos de $10). Além do encarecimento ter pesado no bolso em tempos que nossas contas pessoais também ficaram mais caras, temos que lidar com pessoas que enxergam o hobbie como uma forma de status e competitividade, e tentam te derrubar, te atacar, e causar intrigas, além dos interesseiros que só querem se aproveitar de você. Mas essa parte não é exclusividade do hobbie, infelizmente, é apenas um defeito de fabricação que vem com muitos seres humanos…
Você se sente como o personagem quando veste a roupa? Como é a experiência?
Sim e não. No início até entrava a fundo na personagem, por que eles me davam força e segurança em tempos de dificuldades pessoais. Hoje é mais como a relação de um ator com seu papel, eu interpreto, trago trejeitos e falas dele quando estou vestida, mas em nenhum momento deixo de ser eu, de saber quem sou. O amadurecimento pessoal ajuda muito a separar o papel da nossa própria personalidade, a ficção da realidade, mas sempre acabamos trazendo com nosso aquilo que admiramos em cada personagem como forma de aprendizagem.
Qual foi o seu primeiro cosplay?
Eu fiz uma elfa para um grupo de D&D baseada em senhor dos anéis. Não tínhamos câmeras digitais na época, portanto perdi o registro dela… mas segui por um bom tempo fazendo personagens originais para eventos de RPG, até começar a fazer minhas personagens queridas dos comics.
Já Fez o cosplay do seu personagem favorito?
Como não tenho O favorito mais, vou apenas citar a mais importante que já tive, que foi a Vampira. Fiz a versão do Jim Lee em 2007, e foi bem importante pra mim na época, por que eu me segurava muito na força dela, na forma como ela sorria diante de seus problemas de relacionamento, em como encarava o sentimento de deslocamento que ela tinha com a sociedade. A Vampira foi aquela melhor amiga que tive na adolescência, aquela que me ensinou a ser forte e sempre alegre, e fazer ela foi um marco muito forte, ainda que na época os otakus ainda em atacassem por comics ser coisa de perdedor (sente o drama!). Depois desse ano, fiz mais 5 versões dela, até sua fase adulta em que se torna independe, controlada, madura e líder. Eu sinto como se tivesse crescido com ela, e meus cosplays de cada versão dela acompanharam esse ritmo. Hoje uso muitas outras personagens que amo igualmente, talvez pq não precise mais me apegar à uma unica mutante insegura e me concentro em várias que são senhoras de sua vida.
Esta trabalhando em algum cosplay atualmente? Qual?
No momento estou parada pois tenho prioridades pessoais, mas tenho alguns planos no papel para esse ano, que só para junho/julho devo começar a trabalhar. Quero fazer uma personagem de anime que a muito tempo foi minha queridinha, seria bem nostálgico fazer ela, e terei que escolher alguns entre os comics que desejo fazer, além de tentar levar pra frente uma personagem do desenho Avatar, que amo. :3
O que a sua família acha disso?
No início achava uma brincadeira normal, depois acharam que era imaturidade, e com o tempo se conformaram. Eu poderia usar meu tempo e dinheiro com drogas e bebidas, mas preferi criar coisas, então acho que entendem que isso é uma opção saudável.
Tem namorada (o)? Se sim. O que ela (e) acha disso? Como é a vida de um casal que faz cosplay juntos? Rola muito ciúmes?
Tenho sim, ele faz cosplay comigo sempre! Estamos compartilhando o hobbie a uns 7 anos já, é muito gostoso ter alguém ao seu lado que participa das mesmas coisas, une muito o relacionamento. Quando precisamos de tempo para montar peças, fazemos juntos, ajudamos um ao outro, vamos à costureira acompanhados, essas coisas. Ciúmes as vezes rola, faz parte, mas depois de construir uma relação sólida vira mais uma coceira passageira, e vira piada entre nós.
Sofre algum tipo de preconceito?
Pra tudo que fazemos fora da caixinha normativa popular social sofremos preconceito, isso é normal. Tudo que é diferente causa estranheza, mas as vezes é mais decepcionante quando o preconceito rola dentro do universo cosplay. Por anos e anos ouvi muita merda por sempre me focar em comics, como se o universo dos games e mangás fossem donos do hobbie (o que prova que sequer sabiam a história do cosplay), e agora que “o jogo virou” e o comics ficou mais popular, ouço muitos ataques por ser reservada aos amigos que estão a anos comigo nessa. Vejo com curiosidade pessoas que falavam mal de comics começarem a pedir vantagens em eventos de quadrinhos, chega a ser bem triste imaginar que sofria preconceito de pessoas que começam a se fazer de amigas…
Eu tenho em mente aquilo que amo nas personagens que faço sempre, e por me focar muito em X-men ao longo dessa “carreira” cosplayer, sempre considero que temos que superar nossas diferenças, temos que tentar nos unir sempre que possível… mas também não vou ser trouxa e deixar que me ataquem sem revidar. Já o preconceito de quem vem de fora do hobbie? Bem, não fedem nem cheiram, pra que me preocupar?