#InvasionWeek | Entenda a Saga Original dos Dominadores da CW/DC!

Invasion! Invasão! A saga que está sendo a base para o crossover entra as séries de TV da DC/CW tem sua origem há muito tempo nos quadrinhos.

E ainda que somente alguns elementos da mesma estejam sendo usados no evento, vale a pena reviver uma das principais narrativas dos anos 80 da DC.

Invasão foi contada em uma minissérie em 3 edições, mas com impacto em várias séries regulares da DC na época. Escrita por Keith Giffen & Bill Mantlo e desenhada por vários artistas – inclusive um jovem Todd McFarlane – Invasão narra a história de como várias raças alienígenas formam uma aliança para eliminar a ameaça dos seres super-poderosos na Terra.

Há alguns elementos na saga que surpreendem. Primeiramente, não se trata de uma ambição de destruir o planeta, o que é muitas vezes comum em tramas dessa natureza, tampouco de roubar recursos naturais críticos. Aqui, a famigerada Aliança busca prevenir que um enorme risco a eles se torne ainda maior. Logo no início da primeira edição, os alienígenas se mostram estudando como o “meta-gene” se desenvolve nos seres humanos e como situações de estres parecem provocar esse gatilho. Por outro lado, a mesma Aliança teme destruir a Terra e despertar a fúria de Darkseid (ausente na série, mas com sua influência sentida). O motivo disso é que, na época, Darkseid acreditava que a Terra pudesse conter o segredo da Equação da Anti-Vida, eterno objetivo de vida do tirano de Apolokolips.

Outro aspecto bastante interessante é a própria formação da Aliança. Não vemos aqui uma única raça planejando todo o ataque, ainda que os “Dominadores” (as criaturas de bocarra e dentes enormes que aparecem na CW) tenham um papel de destaque. Aqui, ao lado dos Dominadores, temos a junção de Okaara, Durla, Khunds, Daxamitas, Gil Disphan, Thanagarianos e Cidadela em comum acordo contra a Terra. E comum acordo é um termo bastante relativo: ainda que cada um tenha a sua função (alguns planejam, outros bolam armas, outros atacam), cada raça tem seu perfil cultural, egos e objetivos.

Falando de temas culturais, a própria hierarquia dos Dominadores é determinada por castas… e pelo tamanho da bola vermelha que têm em seu rosto! Quanto maior a mancha, maior a influência e prestígio da casta. Por outro lado, não há nomes individuais ou desejo por trações individuais… até que mesmo essa estabilidade começa a ruir.

Em termos de narrativa, não há grandes inovações. Uma vez que os alienígenas chegam na Terra, Invasão avança como se poderia imaginar. Vários ataques da Aliança, vários manobras de defesa dos heróis da Terra, combinados com forças militares humanas, apoio do Esquadrão Suicida e afins. São lutas bastante genéricas passageiras, salvo por um elemento inovador, mesmo para os padrões de hoje. Os ataques à cidades reais, com destruição em massa, chamam a atenção. Não é Gotham ou Metrópole que são destruídas, mas sim Sydney, Havana e por aí vai. O Flash até se torna um herói nacional de Cuba por seu defesa contra os alienígenas!

A grande virada no final da trama se dá justamente pelo anseio de individualidade de um dos Dominadores. Da casta dos cientistas (não a mais desejada pela raça), um deles desenvolve uma “Bomba do Gene”, capaz de eliminar ou ao menos transtornar os poderes de um meta-humano. Quando a Aliança de fato perde em sua investida, esse único Dominador detona a bomba, causando com que vários heróis tenham seus poderes eliminados ou deixados de forma caótica. Somente uma desesperada investida dos heróis não-humanos ou não-meta conseguem resgatar um antídoto antes que o Dominador cientista morra.

Depois da saga, imperou por um tempo na DC tramas relacionadas a controle governamental, uma maior força do Esquadrão Suicida e a presença de várias dessas raças alienígenas em séries individuais. Os Dominadores foram mais recorrentes nas ameaças a Supergirl e também nas aventuras futuristas da Legião dos Super Heróis. Mais recentemente, dois Dominadores ressurgiram em edições do Lanterna Verde, atrás de um Guardião fugitivo com um anel de poder bastante específico… mas isso já é conversa para uma outra hora!