#InvasionWeek | The Flash

Os cidadãos de Keystone City podem dormir sossegados sabendo que são protegidos pelo Homem Mais Rápido do mundo, o Flash – você deve estar se perguntando, mas não era Central City? Embora quatro homens tenham usado o uniforme, Wally West tornou-se o mais famoso de todos.

West foi um dos que assumiram o manto, vindo na esteira de Jay Garrick e do falecido Barry Allen. Enquanto ficou temporariamente confinado na Força da Aceleração (a misteriosa fonte de poderes dos velocistas), o próprio West foi substituído pelo seu protegido, o também falecido – sim! Todo mundo morre – Bart Allen (neto de Barry). Todos esses velocistas usaram suas habilidades para proteger a humanidade das forças do mal, e obtiveram seus poderes por meio de peculiares acidentes científicos. Em Keystone City, há um museu erigido em sua memória. É um legado forjado com grande cuidado e preservado em honra a todos os que carregaram o nome do Flash: The fastest man alive.

Jay Garrick – O primeiro Flash

Era o começo da 2 Guerra Mundial, uma época difícil para muitos nos Estados Unidos. Entre eles estava o universitário Jay Garrick, um aluno aspirante a astro de futebol americano e vindouro cientista. Infelizmente, as habilidades de Garrick se enquadravam melhor no laboratório do que no campo e, por consequência, ele parou de praticar o esporte que tanto adorava. Certa noite, enquanto trabalhava num experimento envolvendo água pesada, Garrick inalou fumaça de um estranho liquido radioativo e caiu inconsciente. Recobrando-se no hospital, descobriu que o acidente havia acelerado seu metabolismo, conferindo-lhe habilidade de se mover quase à velocidades da luz. Agora trajando uma roupa vermelha e um capacete que evocava o deus romano Mercúrio, Jay Garrick tornou-se o primeiro herói conhecido como Flash. No Brasil, o herói foi chamado durante anos por Joe Ciclone – Isso mesmo, Joe Ciclone! WTF?

Garrick levou a sério o papel de super-herói e ajudou a fundar duas equipes de heróis: a Sociedade da Justiça e o Comando Invencível. Ele combateu o crime durante anos antes de ser colocado em animação suspensa por décadas.

My name is Barry Allen…

As aventuras de Jay Garrick foram contadas em HQs e seu maior fã era o CSI Barry Allen. Certa noite, enquanto Allen trabalhava em provas periciais de uma investigação policial, um relâmpago – e não foi o McQueen – atingiu compostos químicos em seu laboratório, cobrindo-o de soluções carregadas de eletricidade. O banho químico deu a Allen os poderes de velocidade que ele tanto admirava nas histórias do seu herói de infância, Jay Garrick, e ele assumiu o papel de Flash.

Poucos anos depois, Allen descobriu que Jay Garrick era uma pessoa de verdade, que vivia num universo paralelo chamado Terra 2. Allen usou sua velocidade para chegar até a Terra 2 e se tornar o primeiro super-herói a encontrar sua duplicata de um universo paralelo. Foi o início e uma longa amizade entre os dois Flashes.

Allen ajudou a formar a equipe de super-heróis da Terra 1 chamado Liga da Justiça da América, assim como Jay tinha ajudado a formar a Sociedade da Justiça na Terra 2. Ele se casou com sua namorada, Íris West, e criou o sobrinho dela, Wally West. Quando um acidente quase idêntico ao do Allen deu a West os mesmos poderes de velocidade, ele o tornou seu parceiro mirim, Kid Flash.

Tragicamente, Íris foi morta pelo Professor Zoom, o Flash Reverso, e bem depois, quando Zoom tentou marar a nova namorada de Allen no dia do seu casamento, Allen quebrou-lhe o pescoço e foi julgado por assassinato.

Após sua absolvição, o Velocista Escarlate ficou chocado ao descobrir que Íris não estava morta. Ela tinha nascido no século 30 e seus pais fizeram um transplante psíquico para permitir que seu espirito renascesse na época deles. O Flash a seguiu até o futuro e, juntos eles tiveram filhos – fazendo umas rapidinhas – que se tornaram supervelocistas, os tornados Gêmeos. Pouco depois, a vida de Allen chegou ao infeliz fim quando ele se sacrificou heroicamente para deter a arma de destruição planetária do Antimonitor, durante o conflito multidimensional chamado “Crise nas Infinitas Terras”. No final do conflito, a história da Terra 2 de Garrick foi fundida à da Terra 1, trazendo Garrick e a Sociedade da Justiça para a mesma realidade da Liga da Justiça.

Wally West – O novo Flash

O sobrinho de Allen, Wally West, era um adolescente idealista que tinha no Flash o seu herói. West ficou chocado ao descobrir que a verdadeira identidade do Flash era o seu próprio tio, Barry Allen. Sabendo o quanto Wally o idolatrava, Allen levou o garoto ao laboratório de policia para ver o local onde um relâmpago atingiu os produtos químicos que lhe deram seus poderes. Por uma incrível coincidência, um raio atingiu de novo esses produtos enquanto West os observava, dando a ele os mesmo poderes que seu tio usava para combater o crime. West tornou-se o parceiro adolescente de Barry, Kid Flash, e, de modo similar aos seus predecessores, foi um integrante importante de uma equipe de super-heróis, a turma Titã. Trajando uniforme amarelo e vermelho, West podia correr tão rápido quanto Garrick e Allen – mas quem não é mais rápido que Barry Allen? – tornando-se uma peça importante para os Titãs.

Durante a cataclísmica “Crise nas Infinitas Terras”, West ficou com coração partido ao saber da morte do tio. Seu mentor tinha pago o preço derradeiro para salvar o mundo e, em sua homenagem, West decidiu abrir mão do papel de Kid Flash e assumir a identidade de seu herói, o Flash. Agora trajando o uniforme vermelho que o próprio Barry tinha feito, West deixou os Titãs para se juntar à Liga da Justiça da América.

Bart Allen

Bart Allen era neto de Barry Allen no século 30. Por causa da sua incrível velocidade (oriunda da sua relação genética com Barry Allen e da conexão com a Força da Aceleração), Bart envelhecia rapidamente. Ele foi criado dentro de um simulador de realidade virtual até que sua avó, Íris West, o trouxe ao nosso século. Aqui, Bart treinou para utilizar suas habilidades e juntou-se ao grupo adolescente de combate ao crime Justiça Jovem, usando o codinome Impulso, que Batman lhe deu por causa da sua natureza impulsiva.

Ao lado de colegas da Justiça Jovem como Robin e Moça-Maravilha, e tal qual seu mentor Wally West fizera antes, Bart foi membro fundador na nova geração de Novo Titãs. Ele mudou seu uniforme para refletir o traje amarelo que West usou durante anos como membro dos Titãs e levou com orgulho o legado da família adiante.

Após os eventos devastadores da “Crise Infinita”, Bart passou alguns anos vivendo em outra dimensão com West, Linda e os gêmeos. Embora virtualmente o tempo não tivesse passado na Terra, Bart envelheceu nesta realidade alternativa, tornando-se adulto. Ele virou o novo Flash, utilizando sua conexão inconsciente com a Força da Aceleração como fonte de seus poderes.

Por um ano, Bart Allen combateu o mal em sua nova identidade, vestindo um uniforme que lembrava o do avô. Ele teve um relacionamento de idas e vindas como a cientista Valerie Pérez e, assim como o amor de Allen por Íris e o de Wally por Linda, parece que a afeição de Bart por Val lhe dava forças para suportar as adversidades. Contudo, não era para ser. Após um ano encarando a galeria de vilões que herdara como Flash, Bart Allen foi confrontado pelo Flash Negro – a profecia sombria da morte de um velocista. Após uma desesperada batalha contra seu clone do mal, Inércia, Bart foi morto pelo ataque combinado de seus inimigos – salvando Keystone City no processo.

Ao mesmo tempo em que Bart morria, membros da Legião dos Super-Heróis (uma equipe intergaláctica do futuro) vieram à nossa época numa missão. Usando sua força combinada e sob o testemunho de Liga da Justiça e da Sociedade da Justiça, os legionários usaram sua tecnologia futurista para trazer West, Linda e os gêmeos de volta do mundo paralelo para o nosso. West recebeu imediatamente um lugar na Liga da Justiça da América.

Histórias Clássicas do Flash

FLASH DE DOIS MUNDOS (1961): Poucas histórias merecem o termo “clássico” ou “marco”, mas The Flash #123 (setembro 1961) é as duas coisas. Publicada pela primeira vez que um personagem dos quadrinhos se encontrou com uma encarnação anterior sua. Ainda mais importante: introduziu o conceito do Multiverso, que permitiu que a DC Comics fizesse uso de um rico filão de personagens criados muitos anos antes, mas haviam sido abandonados quando a Era de Prata dos quadrinhos começou. O conceito é usado até hoje com frequência nas HQs.

Na história, Barry Allen – um grande fã do Flash da Era de Ouro, Jay Garrick (que para ele não passava de um herói em quadrinhos) – acidentalmente cruza com uma Terra paralela vibrando em supervelocidade. Nesta Terra, que ele chama de Terra 2, Jay Garrick era bastante real, embora tivesse se aposentado como Flash. Allen ficou animado e aliou-se ao herói da sua infância para enfrentar um grupo de vilões. A aventura convenceu Garrick de que ele deveria sair da aposentadoria e voltar a ser o Flash. Ao recriar o “acidente”, Allen conseguiu retornar para a Terra 1, prometendo visitar Garrick novamente.

Criada pela lendária equipe do Flash, o escritor Gardner Fox e o desenhista Carmine Infantino, The Flash 123 foi o critério seguido para vários outros personagens da DC encontrassem suas antigas duplicatas. Também resultou num encontro anual entre a Liga da Justiça e sua versão da Terra 2, a Sociedade da Justiça que foi produzido por anos.

CRISE NAS INFINITAS TERRAS (1985): Em 1985, o Universo DC era um atoleiro de mundos e realidades alternativas, cada qual criada para explicar as anomalias na cronologia da DC. Foi decidido que uma nova grande faxina seria feita para simplificar o universo DC para novos leitores, transformando o multiverso num único universo. Para isso, certos personagens e cenários precisam “desaparecer” da continuidade principal da DC, o que foi alcançado com crise nas infinitas terras, uma mastodôntica minissérie em 12 edições que trazia a participação de praticamente todos os personagens da editora.

A história apresentava um vilão chamado Antimonitor, governante do universo de antimatéria, que inicia a Crise numa tentativa de destruir os universos de matéria positiva (os nossos) e expandir o seu. Com esse intuito, ele rapta o Flash (Barry Allen) por causa da sua habilidade de viajar entre dimensões e o mantem prisioneiro. No final, Flash consegue escapar e destrói o Canhão de Antimatéria, parte fundamental do plano do Antimonitor. Ele faz isso acelerando a fonte de força do canhão, quebrando todos os limites da velocidade e sabendo muito bem que poderia não sobreviver a tal esforço. Ao alcançar velocidade crítica, começou a voltar no tempo, sua forma destruída aparecendo para seus companheiros super-heróis e avisando sobre os eventos lúgubres que estavam por vir.

Seu esforço sobre-humano destruiu o canhão, mas custou-lhe a vida. Tudo o que restou dele foi um uniforme vazio e seu anel. O Flash teve uma morte verdadeiramente heroica, salvando o universo.

Só depois que o Antimonitor foi derrotado por uma vasta coligação de heróis e vilões que o nobre sacrifício do Flash foi descoberto. Kid Flash (Wally West) segurou seu uniforme e falou, “Ele foi um bom homem… o melhor. Tudo que sou devo a ele”. Embora não seja estritamente falando uma história do Flash, Crise nas infinitas Terras marca um evento fundamental na vida do personagem.

THE FLASH: DEAD HEAT (1995): A força da aceleração é – ou era – a fonte dos poderes da maioria dos velocistas da DC. Esta energia extradimensional tornou-se a inda mais importante ao virar o motivo unificador do porquê tantos personagens podiam correr tão rapidamente. Embora eles possam ter obtido seus poderes a partir de acidentes singulares, fórmulas magicas ou pelo nascimento, todos acessavam a Força da Aceleração sempre que queriam ação. Então, o que aconteceria se esse ele fosse rompido?

É o que descobre Jay Garrick (o Flash original), Johnny Quick (um colega velocista), sua filha Jesse e Impulso (Bart Allen) quando um vilão chamado Savitar corta a conexão deles com a força, desacelerando todos. Apenas o Flash (Wally West) mantém sua velocidade devido a um elo direto que tem com a energia, obtido durante um contato anterior com ela.

Savitar, um tipo de “Deus da velocidade”, tornou a aceleração sua religião e acreditava ser seu direito divino dominar todos os segredos dela. Mas não podia fazer isso enquanto houvesse tantos velocistas por ai utilizando seus poderes, então ele tinha de eliminar todos; em especial, o Flash.

Nesta história altamente eficiente, Savitar e seu exercito de ninjas supervelozes tentam destruir não só os velocistas, como também Linda, a namorada de West, e a avó de Bart, Íris Allen (viúva de Barry). Ele quase alcança seu objetivo, mas é frustrado pelo velocista Max Mercúrio. Com a ajuda de Jesse Quick, West consegue restaurar o elo com a Força da Aceleração ao atacar a base de Savitar e, auxiliado pelos demais, acaba com a operação dele. Contudo, eles sofrem uma casualidade trágica, já que Johnny Quick sacrifica sua vida para salvar a da filha.

Sobra para Wally West capturar Savitar, o que ele faz ao atrair o vilão, a velocidades inacreditáveis, para dentro da própria Força da Aceleração. Em vez de dominar a Força de Aceleração, Savitar fica horrorizado ao descobrir que ela o consome completamente. A conexão especial de Wally com a Força o protege e lhe permite retornar ao plano normal da existência e para seus entes queridos.