22 de Novembro de 2024
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La La Land – Pensamentos

Vamos lá: antes de começar esse artigo, queria deixar alguns pontos claros. Primeiro, não se trata de uma crítica: esse território já foi coberto muito bem por Luan aqui no Acesso e sim, o filme é excepcional. Segundo, aviso para possíveis Spoilers: simplesmente não quero proibir comentários e pensamentos sobre a obra. Além do mais, […]

  • janeiro 27, 2017
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La La Land – Pensamentos

Vamos lá: antes de começar esse artigo, queria deixar alguns pontos claros. Primeiro, não se trata de uma crítica: esse território já foi coberto muito bem por Luan aqui no Acesso e sim, o filme é excepcional. Segundo, aviso para possíveis Spoilers: simplesmente não quero proibir comentários e pensamentos sobre a obra. Além do mais, o que você está fazendo lendo esse artigo (ou qualquer outro) se ainda não viu o filme? Terceiro: tudo aqui são pensamentos, sensações, emoções de alguém que se viu profundamente atingido por  La La Landa. Prontos? Então, adiante.


Do que é feita nossas vidas? Realmente, quais são os blocos fundamentais de nossa cadeia de experiências, de nosso contínuo, do conjunto daquilo que, quando olhamos para trás, chamamos de existência? São as nossas grandes vitórias, grandes momentos, grandes tristezas? Ou seriam na verdade aqueles momentos pequenos, imperceptíveis que nos escapam pelos pontos cegos da visão, pelas rachaduras do que assumimos como real ou possível? São os grandes ou os pequenos momentos que nos formam?

É curioso que, conforme avançamos em nossas próprias estórias, são os pequenos detalhes, as pequenas evidências de vida, que nos definem melhor do que qualquer grande épico, saga ou aventura. Talvez sejam sua natureza elusiva, fugaz, que os deixem mais poderosos. Afinal, todos sabem onde estavam nos momentos de grandes desastres, de grandes eventos esportivos ou de finais da milésima temporada de séries famosas. Mas onde estava toda a humanidade quando a sua dor foi sentida? Onde estava toda a humanidade quando você viu o seu grande amor pela primeira vez? Onde estava todo o público, todo o entourage, quando você estava só, pensativo, tentando fazer sentido da vida?

La La Land existe entre tempos, entre momentos. Mais do que uma narrativa que fala sobre um amor, o filme provoca o público em olhar para dentro, enquanto toda a mágica do cinema explode frente a seus olhos. É uma experiência especial, onde os sentidos contam algo, enquanto algo mais interno se identifica não com trama, não com elementos tácteis, mas sim com significado, com o sentido de busca. E se tratando de busca, se torna difícil não falar de destino. Temos de fato plena escolha daquilo que fazemos, ou somos, minimamente, restritos a um roteiro maior do que nós, que força com que nos deparemos com algumas situações, algumas pessoas, alguns amores e despedidas? Por que, em toda honestidade, o Destino às vezes parece teimar em nos convencer sobre alguns argumentos? Sobre certas opções? Por que às vezes ele se comporta menos como um grande sábio, mas sim como um rapaz arteiro, caprichoso, sempre com um sorriso de lado de boca?

Existe um momento específico no filme onde realidade, sonho e realidade se encontram. Menciono realidade duas vezes porque foi justamente assim que me senti ao ver o filme. A sensação de estar vendo como o desejo de alguém se torna em sonho, e se torna em realidade… e se torna em desejo e sonho novamente. Não há como descrever o que La La Land consegue fazer nessa sequência em texto ou explicação. É necessário ver. É necessário sentir. É necessário se entregar. Se trata da realização de que o destino se esforça, colabora, mas que algumas decisões, alguns momentos, são somente nossos.

E são para esses momentos pequenos, ínfimos até, que vamos olhar para trás e dizer de que somos feitos disso ou daquilo. São dessas decisões – que só cabem a nós e que a nós somente afetam –  de que são feitas as nossas vidas. De cada um de nós. De cada um de vocês. Portanto, sendo assim e sendo essa nossa única opção: vivam. Um sonho, uma realidade… uma vida por vez.

About Author

Gustavo Lodix

Quadrinhos, séries e filmes são meu principal hobby e necessidade básica do dia-a-dia! Jogador velhaco de videogame, especialmente Nintendo (por mais que isso seja difícil às vezes!). Provavelmente o maior fã de Marvel que você conhece!