Luke Cage | “Moment of Truth” | Episódio 1

E então começa! A nova série da Netflix de Luke Cage, no universo televiso da Marvel já está disponível no Brasil desde às 16:00 dessa sexta-feira, 30 de Setembro. O pessoal aqui do Acesso está muito empolgado com essa notícia e as maratonas na frente da TV já estão a todo vapor. Claro que já assistimos o primeiro episódio “Moment of Truth” (Momento da Verdade) e, com um sorriso no rosto, podemos dizer que a série começou bem. Muito bem. Bem demais!

Primeiro, uma rápida explicação sobre a trama e a linha temporal. Ao que tudo indica, Luke voltou para o Harlem após os eventos da série de Jessica Jones e está voando abaixo do radar depois que seus poderes foram usados contra Killgrave. O retorno para o seu velho bairro traz de volta algumas lembranças que Luke está tentando esquecer, de um amor (Reva) perdido e de seu tempo como presidiário. Mas ainda que seu amigo mais velho (Pops, dono da barbearia que empresa Luke nas manhãs) o tente ajudar, a encrenca tem um jeito de encontrar o grandalhão. Sem entrar no território de spoilers, Cage logo se vê envolvido com chefes de gangue do Harlem, políticos corruptos, tráfego de armas e uma senhoria que insiste que ele pague seu aluguel. Dureza.

O que destaca Luke Cage das outras séries da Marvel Netflix (Demolidor e Jessica Jones) é o senso de atmosfera, de estilo, que ficam óbvios desde a abertura, desde a escolha de músicas e desde a primeira cena, em uma clássica barbearia nova-iorquina, que os fãs de ‘Cortina de Fumaça’ vão curtir logo de largada. E sobre as músicas, o cuidado é tamanho que os produtores inclusive nomearam todos os episódios dessa temporada com títulos de canções de Gang Starr.

Outro ponto forte desse episódio inicial são os diálogos, muito mais naturais e menos expositivos do que vimos em outras séries da Marvel. O foco aqui claramente são nos personagens e como eles reagem aos eventos que estão ocorrendo ao redor deles. Não existe nada forçado ou incluído para que a trama se mova do ponto A ao ponto B. Novamente, as interações na barbearia, no bar em que Luke acaba servindo de barman e nas provocações entre os vários membros de gangue funcionam muito bem.

O que nos leva ao elenco. Mike Colter continua com o carisma de sempre; em um frase logo no início, uma dos clientes da barbearia explica “simplesmente, alguns caras têm aquele efeito”. A presença dele é na medida, o que é admirável para um sujeito do tamanho dele: atuação contida, que não depende da presença física. Falar de Alfre Woodard (a congressista corrupta Mariah Dillard) e de Frankie Faison (o tal Pops da barbearia) é chover no molhado, dado o calibre de ambos atores. Quem me surpreendeu muito positivamente foi Mahershala Ali (o Cottonmouth), ator que alguns de vocês vão lembras pelos últimos filmes da série ‘Jogos Vorazes’. O ator gera automaticamente uma antipatia para com seu personagem, ao mesmo tempo que emana aquela sensação de perigo iminente, visto pela última vez nesse universo através do Rei do Crime de Vincent D’Onofrio.

Seguramente promete. A ansiedade de entender mais sobre o passado de Cage (por mais que, até agora, pareça seguir fielmente os quadrinhos) e observar como Luke se posiciona quando ao seu futuro (“Sempre para frente. Sempre.”) já garante ritmo para os próximos episódios.