REVIEW | Control
Em uma época em que os battle royales, os jogos online, com foco cooperativo e competitivo ganham um grande espaço no tempo de uma fatia considerável dos amantes de jogos digitais, há quem diga que jogos com história lineares e sem esse apelos “modernos” estão obsoletos e tendem a cair no esquecimento. Mas, a verdade […]
Em uma época em que os battle royales, os jogos online, com foco cooperativo e competitivo ganham um grande espaço no tempo de uma fatia considerável dos amantes de jogos digitais, há quem diga que jogos com história lineares e sem esse apelos “modernos” estão obsoletos e tendem a cair no esquecimento. Mas, a verdade é, quando a obra é feita com um carinho inquestionável e trazendo elementos inovadores e que despertem a curiosidade do público fazendo-o assumir o papel do personagem principal, não podemos negar que essa ideia de tipo de jogo ‘ultrapassado’ fica facilmente pra trás.
Control, o novo título da Remedy que é conhecida por seu trabalho em Alan Wake, Quantum Break, Max Payne e trás para o game a ideia clara de mergulhar os jogadores em um enredo misto de surrealismo, ação e suspense psicológico de uma forma que só a Remedy sabe fazer, digamos que, eles tem uma espécie de fórmula própria, algo que só eles têm e usaram em todos os seus jogos até o momento, de formas diferentes.
Antes de começarmos a revisar todos os pontos importantes do jogo, precisamos falar o básico; Atualmente Control é um jogo exclusivo da Epic Games no PC e em breve chegará também na Steam, também já está disponível no PlayStation 4 e Xbox One.
O Enredo
Jesse Faden (Courtney Hope), após uma experiência traumática durante sua infância lhe ter concedido poderes sobrenaturais, procura respostas no Escritório Federal de Controle, uma agência governamental clandestina encarregada de estudar e conter fenômenos sobrenaturais. Quando a sede do Escritório, chamada de a Casa Mais Antiga, é invadida por uma força estranha conhecida apenas como Hiss, Jesse se transforma na diretora da agência por meio de um processo ritualístico. Ela passa a ser assombrada pelo ex-diretor Zachariah Trench (James McCaffrey) e deve encontrar seu caminho através dos corredores da Casa Mais Antiga a fim de derrotar os Hiss e descobrir as respostas para o mistério.
Jogabilidade
Não necessariamente proposital, mas Control literalmente dá o controle total ao jogador em seu gameplay, pois para alcançar o sucesso não depende só em apertar os botões de ataque aleatoriamente e repetitivamente, há um padrão a seguir, este que você deve definir a partir do seu próprio ritmo. Por exemplo, a arma principal da personagem carrega automaticamente sem que haja a necessidade de apertar algum botão de carregamento, mas no caso de você descarregar a arma totalmente, o tempo desse carregamento em combate aumentará exponencialmente. Nesse caso, o mais correto é saber alternar entre o “arremesso paranormal” e o tiro normal da arma para que não haja atraso de golpes entre um e outro.
Essa mecânica, sem dúvidas é uma das coisas mais animadoras do jogo.
O design pensativo do mundo desempenha um papel fundamental para tornar o Control o que é. Toda a história se passa dentro da FBC (Federal Bureau of Control) e, portanto, você pode ver a típica construção de um escritório do governo com cubículos e cabines grandes. Quando você começa a testemunhar os elementos sobrenaturais, esse mesmo design monótono de edifício acomoda ambientes assustadores. Todos os níveis são altamente detalhados e você pode interagir com cada um e com tudo. Isso pode fazer você gastar mais tempo em um determinado local, examinando os detalhes de perto. E mesmo quando você está no mundo imaginário de Jesse, o mundo minimalista com plataformas estranhas como cubos oferece uma pausa visual muito necessária dos mesmos velhos interiores de concreto nos quais você passa a maior parte do tempo.
Gráficos
Ao mesmo tempo em que o jogo apresenta uma leveza em alguns ambientes, outros apresentam detalhes incrivelmente bem pesados e mal otimizados. Testamos o jogos no PlayStation 4 Pro e ainda assim, os locais nos quais usamos os poderes sobrenaturais de Jesse para bagunçar papeis, e destruir gavetas com milhares arquivos resultou também em uma drástica queda de fps. Algo que eu realmente espero que role um patch de correção em um futuro próximo.
Mesmo com esse problema citado, não podemos negar que a Remedy Entertainment apresentou um trabalho de primeira linha em relação aos gráficos. Como o jogo tem um tema sombrio e misterioso em sua apresentação, esse cuidado especial com os detalhes, iluninação e gráficos no geral torna o game um espetáculo visual.
Qualquer que seja a parte do jogo em que você estiver, seus olhos presenciarão as texturas altamente detalhadas. Consegui distinguir todos os pequenos detalhes, por exemplo, de um computador ou de uma coleção de livros nos cubículos. Mesmo quando seu personagem está causando dano aos inimigos em combate, os efeitos nos arredores parecem extremamente realistas. E isso é um dos pontos mais positivos do jogo!
O design de personagens também é onde o estúdio fez um ótimo trabalho. Jesse parece muito uma mulher real de todos os ângulos. As expressões faciais e as texturas são tão boas que em alguns momentos você realmente pensa que está vendo alguem de carne e osso.
Conclusão
Control é sem dúvidas um dos melhores jogos que eu joguei este ano. A Remedy Entertainment fez um trabalho excepcional ao criar esta emocionante obra-prima que mostra como os jogos podem ser emocionantes se o desenvolvedor prestar atenção ao enredo. Os gráficos são exemplares e mostram o ápice da geração, ao mesmo tempo em que o enredo é cativante, os personagens bem construídos e a jogabilidade extremamente envolvente por ser projetada de uma forma muito inteligente! Por se tratar de um single player linear, Control não é um jogo indicado para jogar com os amigos, mas sozinho você pode ter certeza que se divertirá por horas!
Teste realizado com uma cópia cedida para PlayStation 4.