REVIEW | DAYS GONE (PC)
Jogamos a versão do Days Gone para PC. Vem ver o que achamos!
É sempre bom saber que a cada dia que passa, os PC Gamers ganham ainda mais destaque dentro das estratégias da indústria no geral, e hoje, coisas que até então era praticamente impossível nos anos anteriores estão acontecendo cada vez mais frequentemente, como os exclusivos do Xbox lançando simultaneamente entre o console da Microsoft e os PCs e agora, os ainda mais improváveis exclusivos do PlayStation dando as caras nos Desktops e Notebooks Gamers em todo o mundo. É o que aconteceu com Horizon Zero Dawn, Death Stranding e dessa vez, Days Gone. O mais animador é que levando em consideração o sucesso em vendas dos três jogos citados e o retorno financeiro para a Sony – em alguns casos 250% de vendas como foi o retorno em investimento do Horizon em poucos meses – acho que isso tende a ser rotineiro de agora em diante.
Ainda falando um pouco sobre isso que citei no parágrafo acima, uma das coisas mais interessantes nessa transição, é abrir o Days Gone (assim como o Horizon) e logo de cara ver um dos primeiros sinais de que estamos entrando no território Sony/Plastation que é a própria logo do estúdio. Besteira, eu sei! Mas pra quem acompanha a indústria há anos e sabe como isso desde muito tempo era algo distante (assim como hoje pra muitas pessoas é improvável que a Nintendo chegue nos PCs algum dia).
Mas deixando de lado a parte da “ex-exclusividade” e todo esse papo de plano de negócios, vamos ao que interessa: o Days gone! A história do game ocorre cerca de dois anos após o surto do vírus que transformou quase toda a população em Freakers, uma espécie de Zumbís superágeis. O personagem que controlamos nesta aventura é Deacon St. John, um ex-militar que se converteu em motoqueiro fora-da-lei e que conseguiu sobreviver juntamente com o seu companheiro Boozer. Dia após dia, os dois fazem aquilo que conseguem para sobreviver, realizando todo o tipo de trabalho para acampamentos de sobreviventes e caçando Freakers para coleccionar prémios e trocá-los por créditos nas lojas dos acampamentos. O ambiente é parecido com o The Walking Dead, em que os freakers apenas servem de cenário e o verdadeiro foco da história está na relação entre os diferentes sobreviventes.
Eu joguei Days Gone antes do seu lançamento no PS4, e finalizei ele após cerca de 30 a 32 horas na ocasião, hoje, dois anos depois o game continua sendo uma das mais emocionantes experiências de mundo aberto, um gênero altamente competitivo inundado com produções de diferentes níveis. Uma das coisas que mais se destaca no game assim como seu gráfico e enredo é o gameplay, que mescla combate, fuga e perseguição de moto e até mesmo a sua habilidade e paciência de stealth, consegui finalizar o jogo mais uma vez, agora no PC e devo dizer que a otimização para a nova plataforma está incrível e não consegui encontrar NENHUM problema, seja de queda de fps, bug, crash, texturas, nada MESMO. Consegui terminar o jogo no PC em cerca de 28 horas, até por já conhecer alguns caminhos e opções mais rápidas para conseguir aprimorar a experiência tornando-a mais fácil.
Alguns colegas me perguntaram se eu preferi jogar Days Gone no PC ou no PS4 e eu não tenho nem dúvidas que a minha experiência no PC foi incrivelmente melhor, tudo por conta de que eu pude usar toda a potência do meu hardware conseguindo chegar a até 90fps ao mesmo tempo em que pude usar um monitor de 144hz ultrawide, nesse caso conseguindo um excelente campo de visão de 2560×1080 (sim, o jogo trás suporte a ultra wide), mas ainda assim preferi jogar no controle, dessa vez usei o Xbox Elite por achar ele mais confortável e isso conseguiu elevar ainda mais a minha experiência. Definitivamente, essa liberdade de escolhas é o ponto mais positivo de jogar agora no PC um jogo que antes era exclusivo dos consoles PlayStation. Lembrando que no PS4, ficávamos limitados a 30fps 1080p em uma resolução de 1920x1080p, outra coisa, né?
Vale lembrar que o PC que usamos por aqui para conseguir esses gráficos no ultra com a ótima taxa de quadros foi um i9-10900K com uma RTX 3060 e 64GB de RAM. Mas caso você tenha um hardware menos potente, não se preocupe pois o recomendado para extrair um ótimo desempenho no game é um i7-4770k ou Ryzen 5 1500X, GTX 1060 (6 GB) ou AMD Radeon RX 580 (8 GB) e 16GB de Ram.
Days Gone conseguiu se destacar na multidão de ótimos títulos lançados em 2019, independentemente de atribuir o tema ‘clichê’ do mundo pós-apocalíptico à pandemia de zumbis (ou “freakers”, como o jogo chama essas criaturas). A experiência notável que ofereceu foi muito ajudada pela atenção da Bend Studio para a escrita madura e o desenvolvimento de um protagonista muito bom que é o Deacon, um quase anti-herói que busca incansavelmente os seus objetivos sem ligar muito para o que está a sua volta.
Falando sobre esses objetivos de Deacon a introdução do game já mostra o quanto o mundo de Days Gone é particularmente ameaçador, o personagem, junto com sua esposa, Sarah, e seu amigo, Boozer, estão feridos e tentando deixar uma cidade onde há pânico devido ao surto da epidemia de freakers. Logo em seguida, após uma escolha do personagem em salvar a sua esposa, Deacon e Boozer agora sobrevivem em um mundo em ruínas, com o objetivo principal de sobreviver e saber algo mais que pode ter acontecido com a sua esposa após ambos irem para lados opostos pelo bem da mesma. Days Gone nos leva aos aos ambientes arborizados e montanhosos de Oregon, e não é atoa, o estado do noroeste da América é curiosamente onde a Bend Studio está localizada.
Os ambientes são muito bonitos e bem trabalhados, densas florestas escondem perigos extremos, assim como as ruínas e estradas que ao passarmos, indo ou voltando de algum objetivo específico, damos de cara com hordas de freakers, ou pior, de tribos sobreviventes que tem como ambição roubar os seus pertences e até mesmo te matar após te identificar e definir como uma ameaça. Ou seja, preocupe-se com os freakers, mas lembre sempre que os humanos acabam sendo as criaturas mais perigosas, com zumbis atuando como uma referência tangível para fazer a conclusão de que o homem é, em última análise, o ser mais mortal e ainda mais compreensível (geralmente com aparências sádicas).
Na maior parte do tempo, Days Gone, te torna um só com a sua moto para facilitar a sua locomoção entre diferentes pontos do imenso mundo aberto do game, ela funciona como uma espécie de ‘carpeado (cavalo)’ do The Witcher, tirando o fato de que o tanque precisa ser reabastecido quase a cada cinco quilômetros. Porém, não é difícil encontrar gasolina tornando sem dúvida esse processo bem mais rápido que imaginamos. O ‘farm’ do jogo é outro ponto onde o Days Gone percorre caminhos completamente triviais, exigindo que coletemos garrafas, velas, pregos e outros itens para fazer coquetéis molotov, gaze, etc, mas acredito que os desenvolvedores ainda sendo algo constantemente visto em vários outros jogos optou por esse tipo de farm e craft para trazer mais ‘realidade’ ao gameplay no geral.
O planejamento das missões segue caminhos muito interessantes. A Bend Studio conseguiu “vestir” todas as missões básicas e secundárias com um background de roteiro bem escrito. Embora uma categoria de missões seja diretamente aparente que é opcional, a maioria das menores se relacionam harmoniosamente com a trama principal, de modo que, no final, sua separação não é imediata e deselegante.
Embora a Sony já tenha descontinuado os planos para a sequência do game, felizmente Days Gone permanece perfeitamente satisfatório como uma experiência única, independentemente de deixar alguma suspeita em seu final para desenvolvimentos futuros. A história de Deacon tem um começo, um meio e um fim, o que significa que, no nível do roteiro, pode-se abordá-lo sem medo, sem a ansiedade de ficar no limite de uma história sem fim.
Vale a pena?
Days Gone te leva a um mundo aberto com perigos iminentes a cada esquina, possui combates muito divertidos e a locomoção por moto é um dos principais diferenciais por trazer uma jogabilidade fluida e ao mesmo tempo frenética, para quem jogou no PS4 e gostou muito, devo dizer que vale muito a pena jogar novamente principalmente se o hardware do seu PC te permitir extrair o máximo do jogo e para quem não teve a oportunidade de experimentá-lo no PS4 eu afimo que vale cada centavo pois o jogo é realmente incrível e vai te render quase 30 horas de uma gameplay muito divertida, enredo bem construído e quests bem variadas. Infelizmente não veremos uma sequência desse universo e, consequentemente, uma oportunidade no estúdio americano de provar que ele pode evoluir, mas o que nos conforta é que a história foi finalizada de forma que não ficou pontas soltas.