REVIEW | ELDEN RING
Jogo do ano? Vem ver a nossa opinião sobre o novo game da FromSoftware.
Sabe The Last of Us? Zelda Breath of the Wild? Halo? Red Dead Redemption? Sabe o que esse jogos têm em comum? Todos eles viraram clássicos por serem aventuras memoráveis e são revisitadas por todas as suas gerações posteriores. É isso que acho que Elden Ring será daqui em diante, um dos jogos mais falados e mais marcantes da geração.
Pra começar, preciso ressaltar que minha comparação com os jogos que citei no parágrafo anterior não quer dizer que o jogo seja para este público. Elden Ring é um game para um tipo específico de pessoa, pessoas que gostam de ̶s̶o̶f̶r̶e̶r̶ jogar muitas e muitas vezes contra os mesmos adversários, até ter vontade de̶ q̶u̶e̶b̶r̶a̶r̶ ̶t̶u̶d̶o̶ parar. Mas, caso você goste do gênero Souls Like e veio de jogos como Demons Souls, Dark Souls, etc, esse jogo definitivamente vai valer cada centavo para você.
Outra coisa que preciso deixar bem claro pra quem esteja lendo e ainda não teve nenhum contato com o jogo, é que quando eu digo “jogar várias vezes contra os mesmos adversários” eu quero dizer sobre a dificuldade que te obriga a enfrentar as mesmas criaturas várias e várias vezes e não é sobre a quantidade de biomas diferentes que você encontrará no jogo. Arrisco dizer que esse é um dos jogos mais variados em relação a isso que joguei nos últimos tempos e que seja de mundo aberto. É impressionante a variedade de criaturas, essas que mais parecem ter saído diretamente de um livro dos monstros de D&D (RPG de mesa) por exemplo, o que para fãs desse tipo de game, se deleitará durante a jogatina. Resumindo, Elden Ring é um dos mundos mais incríveis que já vi até hoje, tanto nos meus 10 anos de trabalho no jornalismo gamer, quanto nos meus 32 de vida.
O início de tudo
No início da jornada, você começa escolhendo entre várias classes predefinidas onde cada uma delas dá a você um estilo de jogo inicial do qual pode se livrar mais tarde se assim desejar. Eu fui para o lado mágico do Astrólogo, pois imaginava que isso suavizaria a minha ‘dor de cabeça’ ao poder lutar à distância. Salvo engano, tenha em mente que nenhuma das classes te dará uma vantagem, pois as magias não são infinitas e acabam constantemente então isso te obrigará a cair no combate corpo a corpo com frequência, mesmo que você invista todas as suas fichas inteligência ou fé. Ao todo, são 10 classes entre elas Prisioneiro, Samurai, Miserável, Herói e Bandido. Sobre a dificuldade, logo de início você precisará enfrentar inimigos mais fracos, visivelmente você os identificará e isso é um dos pontos que o jogo brilha; o design dos personagens raramente te enganará, olhando para ele ao longe você já tem uma certa noção do poder de cada criatura e isso é incrível. Caso você esbarre com um chefe logo do início, muito provavelmente você levará uma surra mas não deixa isso te desanimar, obviamente o início do jogo é onde você está mais fraco e vulnerável, após algumas horas de treinamento e evolução as coisas passam a ser menos difíceis mas não se engane, isso não quer dizer que o game jogará por você, mesmo com uma boa build de habilidades a sua skill como jogador é o que mais contará no final, definitivamente.
Falando em build, no game você terá que escolher ‘upar’ de forma que faça mais sentido para a sua classe e caso não faça isso, pode ter sérios problemas. Há no total 8 atributos diferentes para enriquecer as habilidades do seu personagem, Força, Destreza, Tenacidade, Mente, Vitalidade, Inteligência, Fé e Arcano. Dividir esses atributos de forma inteligente é extremamente necessário para a sobrevivência do seu personagem e para a sua saúde mental ser menos afetada durante sua jornada haha. Brincadeiras à parte, Elden Ring desperta o nosso lado insistente por ser um jogo desafiador à níveis máximos, mas mesmo assim se mostra um jogo divertidíssimo para quem não se importa com o fator ‘repetição’.
Sobre a história, em Elden Ring, o jogador incorpora um Maculado, guerreiro guiado pela força da Graça para portar o poder do Anel Prístino e torna-se um Lorde Prístino. A trama tem como cenário as Terras Intermédias, um local governado pela Rainha Marika.
O nome do jogo representa a fonte de poder da Erdtree, a árvore dourada que serve como a energia do reino. A história se desenrola quando o Elden Ring é destruído e os semideuses passam a reivindicar os fragmentos do anel, gerando uma guerra sem precedentes.
É então que o jogador aparece como Maculado, um protagonista exilado das Terras Intermédias que deve retornar ao reino para obter o poder de Elden Ring e se tornar o Lorde Prístino para restaurar a ordem no mundo. Pouco sabemos além disso, já que detalhes mais profundos não foram divulgados pelo estúdio.
Se você espera por uma história jogada à sua vista, com cutscenes contando detalhe por detalhe, pode esquecer. No game você terá mais esse desafio, ir atrás de cada peça dessa história, então além de enfrentar os monstros que querem e provavelmente vão te destruir várias vezes, anote na sua agenda mais esse ‘porém’.
Jogabilidade, Gráficos e Sonorização
O mundo de Elden Ring é lindo, as ambientações são realmente incríveis e diversas. Dá pra sentir à primeira vista quanto a FromSoftware se esforçou em construir um mundo tão vasto, diversificado e com detalhes visuais tão ricos. Ao contrário de alguns outros jogos de mundo aberto, a oferta de Elden Ring está fortemente ligada a um senso de propósito. Cada descoberta importa de alguma forma, seja para aumentar as estatísticas do seu personagem ou para entrar em um ambiente assustador. Enquanto o mundo aberto do game é algo de mais incrível e desafiador que pude experimentar nos últimos anos, também é um poço implacável para sua paciência. Você pode tropeçar no estranho NPC que não vai te trazer muita ameaça, mas o que quer que esteja entre as colinas, ou vastos campos semiabertos quer matá-lo. Raramente você vai descobrir um novo local com algo que não quer a sua cabeça. Então, não espere cidades pequenas e agradáveis cheias de vida e lojistas alegres e dando gargalhadas.
Embora você possa fazer upgrades no seu personagem seja com atributos ou equipamentos, o grande foco do game é a jogabilidade, e quando eu falo em foco, não é que seja o principal ponto aqui, mas sim o principal fator onde te manterá vivo. Para ser mais claro, não adiantará você upar um personagem e deixá-lo forte e resistente, mas não saber como usá-lo. Há sempre uma forma de enfrentar os adversários mas o segredo de tudo é observá-lo antes de enfim desferir ataques. Essa é a parte que mais me fascina em Elden Ring, eu enfrento o personagem várias vezes para estudar a forma que ele ataca e se movimenta, para assim eu poder bolar uma estratégia de forma que eu enfrente-o aproveitando seus pontos fracos, atacando nas horas exatas e desviando quando necessário. Esse é um dos segredos de Elden Ring.
O sound design do jogo me lembrou muito MMORPGs antigos como LineAge e Mu Online, mas a trilha sonora, meus amigos, brilha como poucas! Trás um ar de aventura durante a sua exploração e ao mergulhar em um combate, esse mergulho se torna ainda mais acolhedor quando a trilha te acompanha em cada um dos desafios.
Vale a pena?
Eu teria milhares de coisas ainda para falar sobre o jogo, mas acho que falei o suficiente para passar um pouco da minha experiência. E Elden Ring é muito sobre isso, sobre experiências, desde a sua construção de personagem, construção da história e até as múltiplas vezes que você derrotará e será derrotado. É importante lembrar mais um vez que esse se trata de um jogo específico para quem realmente quer um desafio sem pé no freio, prepare-se para inúmeros hit-kill (dos seus adversários em você), furtividade, ataques e construção de estratégia de ataques e combate, é disso que se trata um Souls Like e não há, em momento nenhum, uma colher de chá ou mesmo um modo fácil para quem quer muito enfrentar os desafios e aproveitar da história, mas isso pra muito é a graça do gênero. Sem dúvidas, o jogo vai marcar essa geração.
O game está disponível para PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series e PC via Nuuvem.