REVIEW | Far Cry New Dawn

Um ano após visitarmos Hope County e conhecermos o sádico líder religioso Joseph Seed, estamos de volta ao condado para descobrirmos finalmente o que houve alguns anos após toda aquela nossa jornada, em Far Cry New Dawn conheceremos novos personagens enquanto outros voltam para se unir aos nossos propósitos.

A história se passa 17 anos depois de Far Cry 5, o mundo como conhecemos foi consumido pelo fogo nuclear onde o que resta pode se parecer um agradável paraíso ou pode esconder vários inimigos traiçoeiros.

Não é que Joseph Seed estava certo? O apocalipse realmente estava prestes a acontecer e veio em forma de bombas nucleares. O lado bom é que como Hope County era um local de pessoas que aguardavam o tal fim do mundo, não havia lugar mais seguro para se estar! Abundantes bunkers fizeram os habitantes do condado começar a habitar o “Novo Mundo” na frente de qualquer outra pessoa de fora.

Paraíso pós-apocalíptico

É super normal jogarmos games com temas pós apocalipse, mas todos eles possuem um cenário bem padrão, seja algo puxado para o infernal como é o caso de Doom ou feito de vários tons escuros, cinza marrom, etc. Far Cry New Dawn começa fazendo a diferença no momento em que nos apresenta um visual mais colorido e chamativo. Dezessete anos após a queda de bombas nucleares, Hope County me parece ainda mais bonito do que na primeira vez em que o visitei.

Graças a uma “super floração” após anos de inverno nuclear, as florestas são exuberantes, verdes e cheias de vida. Enquanto viajava para a minha próxima missão, pude avistar uma variedade de plantas medicinais com cores vibrantes que variavam de um roxo profundo a um amarelo dourado. Fluxos fluidos e suaves deram lugar a lagoas plácidas ou corredeiras incansáveis.

No entanto, como diz aquele velho ditado “Nem tudo são flores”, ao mesmo tempo em que temos um agradável cenário com plantas, flores, e cervos brancos como a neve, eu tinha a impressão que em breve me surpreenderia com criaturas geneticamente modificadas pelo grande impacto nuclear. E eu não estava errado! Marcados por manchas verdes e brancas como o mofo, essas criaturas são bem maiores do que o normal e nos meus desagradáveis encontros que me tiraram um bom tempo e muita munição.

Uma das coisas mais legais para quem jogou bastante o game anterior, é que ao visitar a Hope County pós apocalíptica você pode conhecer alguns pontos de referência de Far Cry 5, dessa vez, todo destruído ou com alguma modificação radical e isso mostra o quanto a Ubisoft Montreal se emprenhou no trabalho de remixar todos os cenários do game anterior para dar aquela sensação de Deja Vu para os fãs de Far Cry que vieram do jogo do ano passado. No entando a maioria dos locais estão muito modificados, seja por pichações ou somente por estarem completamente demolidos de verdade! Mesmo que você tenha explorado todos os cantos de Hope County, vai ser como se você estivesse pisando ali pela primeira vez.

Se você já jogou algum dos jogos mais recentes de Far Cry, você já estará familiarizado com a jogabilidade de New Dawn, o game é basicamente um jogo de tiro em primeira pessoa, mas te permite explorar tudo do seu jeito. Você pode correr, atirar, chamar amigos para te ajudar no cooperativo, “fugir” temporariamente de missões principais para explorar outras areas do mapa e outros elementos como caça, entre outras possibilidades. Mas uma novidade de Far Cry New Dawn é que alguns elementos de RPG foram adicionados no jogo, dois deles me chamaram mais atenção que foi a criação de itens como armas e a exploração de postos avançados.

As gêmeas diabólicas (Alerta de Spoiler)

Grandes antagonistas são a marca de Far Cry desde o Far Cry 3, os vilões do game sempre foram muito bem trabalhados, tanto a sua parte física, quanto a personalidade e ideal de cada um. Dessa vez o problema vem em dobro! Nikki e Lou são as gêmeas que ‘comandam’ Highwaymen, como uma espécie de grupo anarquista, as irmãs estão transformando o que poderia ser um paraíso em um verdadeiro inferno. Seja roubando armas, comida, pessoas, elas são uma espécie de Negan (The Walking Dead) de Far Cry New Dawn.

Com o passar da história, e na medida em que os problemas vão se agravando em relação ao domínio das gêmeas diabólicas, um antigo inimigo surge como um ‘amigo’ para poder te ajudar, uma ajuda realmente muito bem vinda, que talvez te faça rever tudo o que você viveu no jogo até aqui. Se você jogou Far Cry 5, alguns dos habitantes de Hope County pode ter te cativado e talvez você esteja se perguntando ‘O que houve com tal personagem no dia do juízo final?” New Dawn te dará muitas respostas, algumas boas, algumas ruins. Mesmo já tendo dado um dos maiores spoilers sobre sua nova amizade com Joseph Seed, prefiro não me prolongar muito na trama, pois grande parte dos acontecimentos no enredo poderá te chocar e é aí que está a graça do game!

Conclusão

A Ubisoft (quase) sempre soube tratar a franquia com muita atenção aos detalhes e mais uma vez eu digo; Um dos pontos fortes de Far Cry sempre foram os vilões carismáticos e com a personalidade extremamente forte e em New Dawn não é diferente. O game tenta pegar o que de melhor apresentou no seu antecessor ao mesmo tempo em que muda completamente o cenário e a trama, usando como base a ambientação de Far Cry 5 totalmente reformulada criando uma nova visão do que vimos anteriormente. Uma verdadeira obra visual, o jogo te prende do começo ao fim. Alguns diálogos são um pouco exagerados, mas sim, as gêmeas são o tipo de vilãs sádicas dignas de Far Cry e durante o game você verá isso com clareza!

O game tem em média de 21 horas de gameplay de campanha e se você gostou de Far Cry 5, sim ele é indispensável! Caso você não tenha jogado o anterior, você até poderá começar daqui mas eu indico de verdade você dar uma chance para conhecer Hope County antes de mergulhar em Highwaymen, pois assim, sua experiência com o jogo se elevará muito mais. De qualquer forma Far Cry: New Dawn é um game divertido com vilões convincentes e um final satisfatório.  

Far Cry New Dawn está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC.

Confira também a nossa análise de Far Cry 5.