REVIEW | FINAL FANTASY VII – REMAKE
Sem dúvidas, Final Fantasy VII Remake é um dos jogos mais esperados deste ano, e não é para menos, já que milhões de fãs de Final Fantasy vêem a história de Cloud e Cia como um dos melhores enredos de todos os Final Fantasy’s, assim como amam os personagens principais e coadjuvantes. Mas qual o segredo de tanto […]
Sem dúvidas, Final Fantasy VII Remake é um dos jogos mais esperados deste ano, e não é para menos, já que milhões de fãs de Final Fantasy vêem a história de Cloud e Cia como um dos melhores enredos de todos os Final Fantasy’s, assim como amam os personagens principais e coadjuvantes. Mas qual o segredo de tanto sucesso? Seria o mundo distópico de cyberpunk, o desfecho da história em si ou o elenco personagens completamente opostos uns dos outros? Devemos destacar, sem dúvidas, Cloud, que por sua vez mantem aquele jeitão agressivo e egoísta mas que com o tempo mostra que o seu coração é tão grande quanto sua espada, marcando um legado que muitos tiveram medo de tocar por anos.
Medo de tocar? Sim, Final Fantasy tinha era visto como tão perfeito que poderíamos até usar aquela velho ditado brega “se melhorar estraga” e talvez isso tenha feito a Square Enix investir em spin-offs como Crisis Core e Advent Children, mas nem tão logo chegar perto de recriar o original. Era uma tarefa que parecia muito ambiciosa e, que poderia enfurecer e revoltar milhões de fãs da obra original. Porém, meu lado fã que jogou aos 10 anos de idade (20 anos atrás), queria muito ver uma reinimaginação daquele clássico, usando toda a tecnologia que temos hoje. Até porque eu sou adepto da ideia que um Remake não apaga o original, dessa forma, caso o Remake viesse ruim, eu simplesmente o esqueceria e manteria o Clássico na minha estante imaginária de jogos preferidos. Bem, querem um Spoiler do veredito? Isso não aconteceu!
Final Fantasy 7 Remake é uma reimaginação corajosa do game original e uma recontagem fiel que lembra tudo o que o tornou tão especial aqueles anos atrás. Os personagens, a localização e a atmosfera parecem assustadoramente familiares, como se tivessem sido arrancados da imaginação da minha infância e jogados em um console moderno. A fidelidade de alguns detalhes fez o meu lado criança alcançar o ápice da nostalgia.
Para quem não está familiarizado com a versão clássica, vamos começar do início; Final Fantasy 7 Remake segue Cloud Strife, um mercenário que se encontra trabalhando para o grupo Avalanche enquanto eles tentam destruir um reator de propriedade da Shinra Power Company. Esta corporação tirânica domina a região de Midgar com a mão de ferro, usando suas instalações industriais para drenar o planeta de um recurso precioso conhecido como Mako Energy.
No game, é seu trabalho derrubá-las, à medida que você descobre suas verdadeiras intenções você terá uma aventura de cerca de 30 horas para conseguir atingir este propósito. Há também Sephiroth para lidar – o amado vilão desempenha um papel muito mais significativo desta vez, aparecendo em momentos cruciais em que nunca esteve presente no jogo original de 1997 e dando um ar ainda mais misterioso para este que já tinha este papel.
PERSONAGENS
Embora eu tenho dito anteiormente sobre a fidelidade do jogo, A Square Enix tomou muitas liberdades inesperadas com a narrativa, mas muito bem-vindas, expandindo os momentos existentes e até adicionando seções inteiramente novas para aprimorar os personagens enraizados no jogo. Um dos destaques, aliás, são os personagens, pois, cada um deles são muito diferentes uns dos outros, seja por sua personalidade e até mesmo seu estilo de combate diferem muito.
Final Fantasy VII Remake é repleto de momentos inesquecíveis que envolvem os personagens, usando toda a lore original mas adicionando um brilho inesperado, corajoso e criativo. Em vários momentos do jogo a gente para e percebe o quanto que os desenvolvedores trabalharam para se emprenhar em nos entregar algo realmente digno de Final Fantasy VII, digno da infância de milhões de pessoas que tem esse como um dos jogos favoritos até hoje.
Ainda falando sobre o elenco, as amizades que florescem durante a campanha entre – Cloud, Barret, Tifa e Aerith – parecem genuínas e sinceras à medida que crescem e passam a confiar um no outro diante de probabilidades impossíveis. Há humor, romance e drama suficientes para levar você até a conclusão e querer mais, especialmente com algumas das questões que restam depois que os créditos rolam.
COMBATE
Uma das adições e avanços mais significativos e que mais me chamou atenção não foi só a narrativa, mas sim o sistema de combate que além de desafiador é muito divertido e de dá a real impressão de que você está sobre controle naquele momento, trazendo desta vez um misto entre turno com ação em tempo real, o jogo trás uma mecânica de batalha inovador e que mantém sempre o ritmo do combate acelerado e vai te render boas horas de combate e algumas ‘raivas’. A ideía do combate é basicamente você correr pelo campo como um dos três personagens do seu grupo, atacando com um único botão enquanto faz uma pausa no tempo para realizar magias e habilidades. Este pequeno lapso, na realidade, fornece janelas valiosas para a formulação de um plano, determinando as fraquezas dos inimigos ou quem pode precisar de cura. Ao mesmo tempo que mistura a ação, trás um misto de estratégia sem perder o clima da batalha.
O segredo da vitória é determinar a fraqueza de cada inimigo e explorar aquela brecha, deixando-o ‘atordoado’ para um imenso combo de ataques que por sua vez o destruirão pouco a pouco sem conseguir se defender. As batalhas contra chefes se tornam confrontos intensos, nos quais você se esforça para permanecer vivo enquanto executa um conjunto rítmico de ações que as deixam abertas a ataques por minutos minutos. Em alguns encontros, você fica preso em uma sequência de ataques inevitáveis, o que pode ser um pouco frustrante e que muitas vezes para você parece o fim da linha, mas em cima da hora você consegue dar a volta por cima.
Outro sistema que deve-se usar e abusar durante o combate é a troca de personagens, visto que cada um deles possui ataques, magias e habilidades muitos distintas fazendo assim o time se completar dentro do campo de batalha, algo que se torna algo muito satisfatório ao derrubar um daqueles chefes que passamos minutos enfrentando. O impacto do combate é maravilhoso, se seus punhos estão voando para cima dos inimigos como Tifa ou se você está disparando balas à distância como Barrett. Essa satisfação só aumenta quando você sobe de nível e ganha novas habilidades.
E por falar em habilidades, não podemos esquecer do incrível sistema de progressão, com os personagens subindo de nível após ganhar experiência, e cada arma possui sua própria árvore de atualização que permite desbloquear atributos adicionais, slots de material e outros bônus.
Algumas partes do combate exigem com que você ache o melhor momento e posição para atacar de forma mais concreta, como no primeiro grande combate contra o Escorpião Sentinela que exige que você se esconda atrás de detritos dinâmicos quando o laser de sua cauda explode em sua direção, enquanto Abzu vomita água dos esgotos, capaz de atordoar e envenenar o jogador. As lutas que eram relativamente estáticas em 1997 agora parecem vivas, peças maciças por direito próprio que surgem com um toque deliciosamente orquestral. Algo que devemos agradecer muito à Square por trazer de volta, mas de forma tão viva e dinâmica.
AMBIENTAÇÃO E TRILHA SONORA
Os ambientes ao redor de Midgar são de muito bom gosto, sempre foram, ams ganharam uma modernização digna de todos os outros pontos positivos que citei anteriormente e não deixando nada a desejar. A única coisa de todo o jogo que me deixou um pouco desanimado, foi na exploração do mapa, tudo parece muito superficial e linear, mas nada que atrapalhe o todo que o jogo tem a oferecer. E não podemos deixar de falar; Nobuo Uematsu sem dúvidas é um Deus! Cada nota da trilha sonora nos puxa pra dentro do jogo de forma surreal, fascinando o nosso sentido da audição tanto quanto os outros afetados durante todo o restante da gameplay.
VALE A PENA?
Posso ser xingado, vaiado e até cancelado depois de falar isso, mas pensando em tudo o que passei nesses últimos dias vale me arriscar sendo fiél ao meus pensamentos e sentimentos e dizer: Final Fantasy VII Remake é muito superior a versão original. Ao contrário de alguns outros remakes ele não esquece de sua essência, ele a remodela e insere de uma forma totalmente modernizada de interagir, lutar e avançar no jogo. A trilha sonora é algo excelente e já arrisco dizer que será a vencedora do TGA deste ano. FFVII Remake é corajoso, pois recria aos seus prórpios moldes e sem medo de errar um jogo muito querido por muitos e acerta em 90% das mudanças feitas. Square Enix, eu só tenho a agradecer por essa nova experiência, definitivamente!
Final Fantasy VII Remake já está disponível para PlayStation 4 e conta com legendas em Português-BR.
Agradecimento especial a Square Enix por ter fornecido uma cópia do game antes do lançamento (PS4).