Review – Indiana Jones and the Great Circle
Explore uma nova aventura épica com o lendário arqueólogo no novo fascinante games do Indiana Jones.
Indiana Jones and the Great Circle, desenvolvido pela renomada MachineGames, chega como uma opção intrigante para fãs do lendário arqueólogo e entusiastas de jogos de aventura. Desde o início, a sensação de familiaridade é forte, mesmo que inédita. É como revisitar algo clássico, mas com um tempero inteiramente novo. A narrativa se posiciona entre Raiders of the Lost Ark e The Last Crusade, um período oportuno que oferece nostalgia e ao mesmo tempo a possibilidade de expandir o universo do herói.
A aposta em entregar uma experiência de alta qualidade veio acompanhada de um ligeiro ceticismo, já que jogos licenciados têm fama de serem apressados ou mal executados. No entanto, a história aqui é diferente. Conhecida por seu trabalho exemplar na série Wolfenstein, a MachineGames parece ter feito um trabalho detalhado em traduzir a essência da trilogia de filmes para os games, com atenção meticulosa aos detalhes e um enredo envolvente que cativa do início ao fim.
Em Busca do Grande Círculo: Uma Aventura ao Estilo do Cinema
A aventura começa em Marshall College, com Indy lidando de má vontade com uma invasão ao campus. Desde os primeiros minutos, o nível de imersão impressiona. Salas de aula, corredores e decorados lembram diretamente os cenários icônicos da série de filmes, transportando o jogador para uma versão interativa do universo cinematográfico do personagem. Ao lado do fiel aliado Marcus Brodie, Indy segue uma pista que leva ao roubo de um artefato peculiar: um gato mumificado.
A trama rapidamente escala, levando o jogador até locais como o Vaticano, onde pistas importantes são descobertas. Em menos de uma hora de jogo, fica claro que The Great Circle foi elaborado como uma peça complementar à narrativa dos filmes, com uma atenção cuidadosa a elementos familiares e a introdução de novos desafios. O uso de antagonistas clássicos, como nazistas e fascistas, revigora o senso de urgência e perigo, e há um poderoso artefato em jogo que ameaça desencadear uma corrida implacável ao redor do mundo.
Jogabilidade Autêntica e Engajante: Diga “Sim” ao Chicote
Como esperado, assumir o papel de Indiana Jones envolve mais do que apenas resolver mistérios. Os combates são frenéticos e envolvem uma mescla de mecânicas criativas e estratégicas. Embora armas como revólveres estejam disponíveis, seu uso não é encorajado, já que podem alertar inimigos e complicar ainda mais as situações. Aqui, o trecho onde Indy usa o clássico chicote brilha: com ele, você pode desarmar inimigos, balançar por plataformas, escalar locais difíceis e até resolver puzzles.
Essa abordagem incentiva o jogador a explorar ferramentas e objetos espalhados pelo cenário, como pás, chaves inglesas e garrafas, em vez de confiar unicamente em armas de fogo. De forma semelhante, a furtividade é uma alternativa poderosa, permitindo que você elimine inimigos silenciosamente e esconda corpos para evitar alertar outros guardas.
Além dos combates, elementos como stamina entram em cena, adicionando um toque realista às lutas. Cada golpe ou bloqueio gasta resistência, exigindo cuidado e planejamento durante confrontos. Conforme você avança, livros de habilidades disponíveis pelo mundo fornecem melhorias valiosas, como aumento em habilidades de luta ou bônus que impedem que Indy seja nocauteado durante brigas intensas. Esses elementos ajudam a construir a sensação de crescimento gradual, com o personagem aprendendo e se adaptando à medida que a aventura avança.
Outro destaque é o uso do diário e da câmera. Inspirado no Grail Diary introduzido em The Last Crusade, o diário funciona como um recurso essencial para organizar pistas, registrar achados arqueológicos e até mesmo solucionar puzzles. A câmera complementa essa mecânica, permitindo que você catalogasse artefatos e buscasse dicas visuais para desafios mais complicados.
Puzzles: Um Teste de Inteligência e Paciência
Os quebra-cabeças do jogo são um aspecto que pode dividir opiniões. Eles priorizam a observação do ambiente e uma boa dose de raciocínio lógico. Um dos primeiros quebra-cabeças envolve reorganizar artefatos roubados em suas respectivas exibições, incentivando o jogador a pensar de forma processual para chegar a uma solução. Mais à frente, há desafios como explorar os esgotos do Vaticano, onde uma compreensão das ferramentas e pistas disponíveis é indispensável.
Enquanto alguns jogadores podem encontrar diversão na resolutividade dos puzzles, outros podem se frustrar com seu nível de complexidade. No entanto, o jogo oferece suporte opcional por meio da câmera, que ajuda os jogadores a encontrar o caminho, caso fiquem presos.
Explorando o Mundo: Mapas, Disfarces e Criatividade
A ambientação é um dos grandes trunfos de The Great Circle. Níveis como o Vaticano mesclam corredores labirínticos, passagens escondidas e áreas que permitem exploração vertical, oferecendo múltiplas formas de abordar os desafios. A introdução de mapas físicos como ferramentas de navegação adiciona autenticidade ao gameplay, em vez de depender de menus abstratos. Ao usá-los, você encontrará segredos e atalhos necessários para o progresso.
Os disfarces adicionam uma camada inesperada de estratégia. Em determinadas áreas, é necessário vestir uniformes de soldados ou religiosos para passar despercebido. Esses momentos testam o jogador, incentivando-o a sair da zona de conforto para encontrar maneiras criativas de resolver problemas e acessar áreas restritas.
Problemas Técnicos Que Interrompem a Aventura
Apesar de sua riqueza em detalhes e mecânicas bem elaboradas, Indiana Jones and the Great Circle não é isento de problemas. Durante os primeiros estágios da campanha, encontrei um glitch que bloqueou completamente a progressão. Uma mecânica essencial — usar o chicote para atravessar uma sala — parou de funcionar, forçando-me a reiniciar o jogo em um novo arquivo de salvamento. Embora esses problemas não sejam constantes, eles certamente prejudicam a imersão e podem frustrar jogadores menos pacientes.
Vale a Pena?
Sim, Indiana Jones and the Great Circle vale a pena para fãs do personagem e de jogos de aventura bem construídos. Ele oferece uma experiência fiel ao universo de Indiana Jones, com uma narrativa rica, uma jogabilidade bem pensada e performances memoráveis — incluindo a interpretação impressionante de Troy Baker como o próprio Indy. Apesar de pequenos problemas técnicos, o jogo captura a essência do que torna a franquia tão querida e a traduz brilhantemente para o meio interativo. É uma carta de amor aos filmes e um lembrete de que o futuro da franquia pode estar muito mais nos videogames do que nas telas de cinema.