Review – PAC-MAN World 2 Re-PAC
PAC-MAN World 2 Re-PAC trás uma nova perspectiva para a tradicional e querida franquia clássica dos videogames.

Pac-Man é um dos nomes mais sólidos da indústria dos jogos, um verdadeiro ícone que continua conquistando gerações desde sua estreia no distante 1980. Agora, PAC-MAN World 2 Re-PAC traz de volta um clássico do início dos anos 2000, renovado para as plataformas modernas como Nintendo Switch (incluindo Switch 2), PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC. Este remake apostou em aprimorar uma aventura que já era querida, mas será que conseguiu manter a qualidade e o espírito original?
Jogabilidade: A magia das plataformas clássicas renovada
A trama de PAC-MAN World 2 Re-PAC abraça a simplicidade divertida: os fantasmas Blinky, Inky, Clyde e Pinky invadem Pac-Pueblo e roubam a Fruta Dourada do antigo pomar, libertando assim o vilão Spooky. Cabe a Pac-Man, orientado pelo Professor Pac, percorrer seis mundos em busca das Frutas Douradas, enfrentando desafios e salvando seus amigos.
O enredo serve bem ao propósito: apresentar uma jornada colorida e cheia de humor, que ganha vida com as novas cutscenes e dublagens — ainda limitadas ao inglês, mas agora acompanhadas por ótimos textos em português. A narrativa é só pano de fundo, porém, o que brilha mesmo é o gameplay.

Tudo começa no hub central, a vila de Pac-Man, de onde é possível acessar mundos temáticos — floresta, vulcão, regiões geladas e muito mais. Cada ambiente traz três fases de plataforma e termina em uma arena de chefe. Os estágios variam bastante, oferecendo desde saltos precisos e puzzles leves até desafios clássicos como trampolins, plataformas móveis e pistas escorregadias de gelo.
A jogabilidade mistura habilidades tradicionais e novidades: Pac-Man pode atirar bolas, dar patadas, executar o famosoataque de impulso no chão e ainda conta com corrida e um eficiente duplo salto. Enfrentar os fantasmas lembra o arcade original, já que você precisa pegar o power-up certo para devorá-los em sequência, trazendo aquela sensação nostálgica com um toque de intensidade moderna.
Variedade de desafios, colecionáveis e segredos
Um dos pontos altos do remake está na forte presença de colecionáveis: cada fase esconde frutas, moedas, itens cosméticos e power-ups. Encontrar tudo exige atenção extra e rejogadas, já que as missões secundárias dos estágios podem desafiar tanto jogadores casuais quanto os “completistas”. Assim como em Spyro Reignited Trilogy, completar as conquistas destrava roupas temáticas, novas figuras para coleção e até minigames de arcade dentro da vila.

Outro acerto é a qualidade dos chefes. Cada mundo fecha com um confronto único, que funciona como homenagem a jogos como Super Mario 64: tendências de ataque próprias, arenas criativas e batalhas que vão de perseguições a desafios rítmicos. Derrotar cada adversário é gratificante, graças ao design inventivo das lutas e ao carisma inegável desses vilões.
O destaque extra fica para o modo cooperativo: agora, é possível jogar com um segundo player controlando um drone, recolhendo itens e ajudando nos combates. Simples, mas ótimo para jogar em família — embora um sistema de coop com dois Pac-Men fosse ainda mais interessante.
Gráficos, som e desempenho: Respeito ao passado, foco no presente
PAC-MAN World 2 Re-PAC não busca reinventar o aspecto visual dos jogos 3D, mas moderniza o suficiente para garantir fluidez e nitidez. Nas versões de PS5, Xbox Series e PC, os gráficos são limpos e coloridos, claros avanços em relação ao game de 2002, ainda que distantes dos grandes blockbusters do gênero. O Nintendo Switch surpreende: em dock, a segunda geração roda até em 4K, e no portátil, mantém uma resolução sólida e jogabilidade estável, especialmente usando o modo desempenho a 30fps do primeiro Switch.
A trilha sonora cumpre seu papel sem inventar moda — alegre, energética e com intensidade crescente nos chefes. As vozes permanecem em inglês, mas trazem uma localização textual ótima para o Brasil, facilitando o acesso para todas as idades.

Nível de desafio, controles e acessibilidade
Se por um lado PAC-MAN World 2 Re-PAC é um prato cheio para crianças e fãs nostálgicos, por outro oferece fases que realmente colocam à prova os reflexos, especialmente nos mundos seguintes ao inicial. Fases de vulcão ou gelo, com saltos arriscadíssimos, lembram a dificuldade de Crash Bandicoot 4.
Duas questões atrapalham a excelência: é fácil errar o tempo de salto ao confundir o comando do culetazo, e a câmera ocasionalmente não acompanha bem a movimentação, tornando certos desafios frustrantes. A boa notícia é a presença do “Modo Fada”, pensado para os novatos: vidas ilimitadas, ajudas extras e atalhos para ultrapassar as passagens mais difíceis, tornando o jogo acessível para qualquer perfil de jogador.
Conteúdo, preço e duração
Para quem busca conteúdo, o remake entrega cerca de 10 horas de campanha, ou até 20 para quem mira todos os segredos e colecionáveis. Fases podem ser rejogadas em modo contrarrelógio e há várias opções para fãs de desafios. Disponível em todas as plataformas principais, o jogo chega custando R$ 137,50 (básico) e R$ 182 (Deluxe) na Steam, que inclui cosméticos inéditos, níveis bônus e até uma colaboração com Sonic, expandindo ainda mais o universo do personagem.

Vale a pena?
PAC-MAN World 2 Re-PAC reforça a importância do legado dos clássicos, entregando uma das melhores experiências de plataforma 3D inspirada no passado, mas pensada para o presente. Apesar de gráficos apenas funcionais e pequenos deslizes nos controles, o remake conquista pela jogabilidade divertida, chefes criativos, humor irresistível e preço justo para o volume de conteúdo entregue. Uma carta de amor aos fãs de longa data e, ao mesmo tempo, uma ótima porta de entrada para quem quer conhecer o melhor do Pac-Man além do arcade. Para família, fãs de plataforma e caçadores de nostalgia, é um jogo que definitivamente vale o investimento.