REVIEW | Sekiro: Shadows Die Twice

Muita gente hoje em dia associa a FromSoftware às franquias “Soulsborne”, que consistem em Dark Souls e Bloodborne. Mas jogadores como eu que é fascinado pelas difíceis obras da developer, não só se lembram de Demons Souls , de 2009 , mas também do primeiro jogo de milhões de vendas da FromSoftware, Tenchu: Wrath of Heaven.

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS DO ENREDO ABAIXO.

Sekiro: Shadows Die Twice no Brasil recebeu a classificação +18 principalmente devido ao seu grande volume de sangue que jorra dentre as lâminas do personagem principal. Aqui, espere ver grande volume de sangue mesmo, em todo tipo de dano, de barras de espada padrão a socos de monges de Shaolin. Embora seja opcional para inimigos comuns, a derrota de inimigos importantes exige animações especiais de finalização, onde elas definham na agonia da dor infligida pelo golpe final. Uma história chave e um elemento de jogabilidade exigem que o personagem principal sofra de um braço cortado; mais tarde, uma decapitação ocorre. O sangue já era esperado pelos fãs de jogos do estilo, mas o que pode surpreender (ou não) é a forte presença do budismo. Juntamente com os doces de monges budistas servindo de power-ups , um templo inteiro é um cenário importante. Mesmo esses doces, quando usados, ativam um movimento somático semelhante ao lançamento de um feitiço. Bem antes de tudo isso acontecer, os jogadores serão obrigados a rezar em estátuas de Buda para salvar seus jogos. Oração mantém a sua importância ao longo do jogo, mas para outros propósitos.

Em uma nota positiva, Sekiro em sua totalidade demonstra a importância da lealdade, dedicação, compromisso, serviço e honra. Também inadvertidamente me faz apreciar o dom gratuito da vida eterna. Este jogo mostra os comprimentos a que o homem irá para alcançar algo semelhante ao cristianismo conhecido pela maioria de nós; mas alguns dos resultados são trágicos. 

Perto da conclusão de uma versão fictícia de Sengoku-Jidai, a era do país em guerra, um senhor feudal com o nome de Isshin Ashina faz um golpe sangrento para tomar o controle da terra de Ashina. Mas, por que é necessário que ele faça uma guerra para reivindicar uma terra que leva o seu próprio nome? Não faço ideia, mas também estou acostumado com a tendência que a FromSoftware tem de escrever histórias que nem sempre fazem sentido; aqui, eu certamente estava confuso. De qualquer forma, um homem chamado Owl leva sob sua asa proverbial um menino órfão por esta guerra e o treina no caminho do Código Shinobi: obedeça primeiro seu pai, seu segundo mestre. O menino recebe o nome de “Lobo”.

Vinte anos depois, Isshin Ashina fica doente devido sua velhice enquanto seus inimigos se acumulavam à sua porta. Seu descendente, Genichiro Ashina, seqüestra uma criança conhecida como o Divino Herdeiro Kuro por razões que não ficaram claras durante metade do tempo do jogo. Porque Kuro é o mestre de “Lobo”, o jovem shinobi encontra e contrabandeia Kuro da propriedade de Ashina. Genichiro os intercepta e, depois de um duelo, corta a mão de Lobo, incapacitando-o. Depois de recuperar a consciência, o Lobo descobre que seu braço foi substituído por uma engenhoca queer chamada prótese de Shinobi. Agora armado com este braço mil e uma utilidades, Lobo parte para libertar seu mestre, o Divino Herdeiro Kuro, novamente.

Em sua missão, o Lobo encontra alguns NPCs para ajudá-lo, como o Escultor e Emma; alguns NPCs referem-se a Lobo diretamente como Sekiro, ou lobo de um braço só. Mas ainda há a questão do subtítulo do jogo, Shadows Die Twice, que em tradução direta é: As sombras morrem duas vezes. Sobre isso, está a mecânica da assinatura do jogo: a ressurreição. Assim como Liege de Kuro, ao Lobo foi concedido o poder de desafiar a morte. Este não é um recurso ilimitado; Após um uso, o poder continua em cooldown até que Wolf reze em uma estátua de Buda ou entregue deathblows suficientes para inimigos comuns ou a um chefe.

Sim, espere um jogo extremamente desafiador como Dark Souls; Mid-bosses e chefes importantes irão colocar as habilidades dos jogadores em teste, mas Sekiro não deixa os jogadores confiarem apenas em suas habilidades. Com o passar do tempo, o personagem ganha pontos que podem ser trocados para adquirir técnicas como o Miriki Counter defensivo, que desafia os inimigos para a postura massiva, ou o Ichimonji (Double), um golpe devastador que também supera a postura. Outras habilidades aumentam passivamente a cura ou reduzem os danos na postura. A saúde e o dano podem ser aumentados pela coleta de bugigangas específicas após as lutas contra chefes. 

A Shinobi Prosthetic é o item que mantém as coisas interessantes apesar do comprometimento de Lobo com uma única arma. Um certo inimigo bestial na primeira metade do jogo me atormentava com prazer até que decidi usar alguns fogos de artifício para assustá-lo. Certos inimigos símios poderiam ser despachados à distância com shuriken. Os inimigos que carregam o escudo podem ser cortados ao meio com um machado de mola. Um escudo de ventilador pode anular o atirador de olhos mortos de riflewomen. Quanto mais dinheiro as fazendas de lobo, melhor ele pode aumentar sua prótese. Tudo isso mostra o quanto a desenvolvedora investiu tempo em trabalhar pequenos detalhes para trazer uma maior fidelidade do game à realaidade.

Sekiro: Shadows Die Twice era tudo aquilo que eu esperava logo após o seu anúncio: um jogo muito desafiador, claramente inspirado em Tenchu e Ninja Gaiden e com detalhes específicos muito bem trabalhados. Uma atmosfera incrivelmente bonita que nos dá a incrível sensação de realidade. Sekiro não é para jogadores fracos e que desistem facilmente de um jogo após sua primeira derrota, ele te ensina a insistir em pequenos obstáculos até te tornar um expert em esquivas em horas exatas e ataque mortais nos locais corretos!

Sekiro: Shadows Die Twice está atualmente disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC.