21 de Novembro de 2024
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REVIEW STAR WARS OUTLAWS

Jogamos Star Wars Outlaws, o novo game da Ubisoft, e compartilhamos nossas impressões sobre a emocionante aventura no submundo galáctico. Confira a nossa análise completa!

  • setembro 9, 2024
  • 7 min read
REVIEW STAR WARS OUTLAWS

O universo de Star Wars é vasto e cheio de possibilidades, com histórias épicas que atravessam gerações e cativam fãs ao redor do mundo. Desde seus lendários Jedi até os vilões mais temidos da galáxia, essa franquia tem um lugar especial na cultura pop. Star Wars Outlaws, desenvolvido pela Massive Entertainment, mergulha no lado mais sombrio desse universo, colocando os jogadores no papel de um fora-da-lei que luta para sobreviver em um mundo galáctico cheio de perigos e alianças duvidosas. Embora o jogo capture com maestria a atmosfera e a estética de Star Wars, ele apresenta uma série de falhas que podem afetar a experiência, deixando os fãs com sentimentos mistos sobre esta aventura espacial.

Tendo jogado Star Wars Outlaws por aproximadamente 22 horas, finalizei a campanha principal e me aventurei por várias missões secundárias e atividades espalhadas pelo vasto mundo aberto. Aqui estão minhas impressões detalhadas sobre o novo jogo da Ubisoft.

Atmosfera e Narrativa

Star Wars Outlaws é brilhante ao transportar o jogador para um dos momentos mais icônicos da galáxia de Star Wars, situado entre os episódios V e VI da saga. A galáxia está em constante guerra, e isso cria uma atmosfera caótica que é bem explorada no jogo. A protagonista, Kay Vess, é uma jovem de Canto Bight que, com a ajuda de seu companheiro leal, Nix, busca seu lugar no submundo da galáxia. Ela é impulsionada por um desejo de fugir de uma vida de obscuridade e fazer sucesso no perigoso universo do crime intergaláctico.

O design narrativo faz um bom trabalho ao apresentar esse lado menos glamoroso de Star Wars, um universo cheio de mercenários, contrabandistas e sindicatos criminosos como os Hutts e o clã Ashiga, cujos interesses se chocam de maneira constante. O enredo é envolvente, especialmente nos primeiros momentos, quando Kay se vê envolvida em uma conspiração que a coloca na mira de poderosas facções. A história de Kay é fascinante, e a busca por prestígio no submundo intergaláctico faz jus à promessa de viver a fantasia de ser um fora-da-lei.

Entretanto, apesar da trama ser convincente, ela sofre de inconsistências em momentos chave, especialmente nas missões secundárias. Algumas dessas atividades, embora divertidas, não acrescentam muito à história principal e se tornam repetitivas rapidamente. Isso pode causar uma quebra no ritmo da narrativa, que, em certos pontos, parece hesitante e um pouco superficial.

Exploração e Mundo Aberto

O mundo de Outlaws é vasto e cheio de detalhes impressionantes, capturando a estética da franquia com maestria. Desde as paisagens desérticas de planetas controlados por sindicatos criminosos até as cidades movimentadas, o ambiente é riquíssimo e se destaca como um dos pontos mais fortes do jogo. A exploração é recompensadora, com várias atividades secundárias e descobertas que fazem o jogador mergulhar ainda mais fundo na galáxia. O jogo apresenta uma liberdade interessante na escolha de como abordar as missões, e o sistema de reputação com facções criminosas adiciona uma camada estratégica, pois as ações de Kay têm consequências diretas no desenrolar da narrativa.

Entretanto, é impossível ignorar algumas decisões de design que parecem datadas. O uso de marcadores no mapa para guiar o jogador se sente um pouco ultrapassado em comparação a outros jogos de mundo aberto mais modernos. Além disso, apesar da promessa de um mundo dinâmico, muitas áreas se sentem vazias ou sem vida após a conclusão de certas missões, o que diminui um pouco o impacto do mundo vibrante que o jogo inicialmente apresenta.

Jogabilidade e Mecânicas

Ao longo da campanha, Kay utiliza uma variedade de armas e ferramentas para navegar pelas complexas paisagens do submundo de Star Wars. Seu speeder, que ela usa para se locomover pelos terrenos hostis, e sua nave, a Trailblazer, proporcionam momentos emocionantes, principalmente nas batalhas espaciais, que são um dos grandes pontos altos do jogo. As missões de combate espacial são intensas e proporcionam uma sensação de fluidez e controle, contrastando diretamente com as movimentações terrestres de Kay.

Aqui reside um dos maiores problemas do jogo: os controles terrestres. Kay parece rígida ao se movimentar, e o sistema de parkour é pouco refinado, lembrando uma versão piorada dos primeiros jogos da franquia Assassin’s Creed. Em várias ocasiões, a movimentação travada e as animações inconsistentes tornaram a experiência frustrante, especialmente em momentos de ação intensa. O combate corpo a corpo e os tiroteios, embora satisfatórios em momentos curtos, carecem de profundidade a longo prazo, tornando-se repetitivos.

Outro ponto que merece crítica é o sistema de furtividade. Em várias missões, o jogo força o jogador a seguir um caminho específico, resultando em falhas instantâneas caso não se atinja o objetivo da maneira que o jogo deseja. Isso limita a sensação de liberdade que um jogo de mundo aberto deveria proporcionar, especialmente em um título focado em fora-da-lei e escolhas pessoais. A inteligência artificial dos inimigos também deixa a desejar, tornando algumas missões mais frustrantes do que desafiadoras.

Progressão e Customização

Apesar das falhas, o sistema de progressão e customização é bem desenvolvido. Kay pode melhorar suas habilidades, armas e equipamentos conforme avança, o que traz uma boa sensação de evolução. As melhorias de sua nave, speeder e armamento são recompensadoras e ajudam a equilibrar a dificuldade nas missões mais complexas.

As opções de customização são amplas, permitindo ao jogador adaptar Kay ao seu estilo de jogo, seja focando em combates diretos ou em uma abordagem mais furtiva. No entanto, a falta de inovação nas mecânicas de combate e exploração limita o impacto dessas customizações, deixando a desejar em comparação a outros jogos da franquia Star Wars.

Aspectos Técnicos e Trilha Sonora

Tecnicamente, Star Wars Outlaws apresenta muitos bugs e glitches, algo infelizmente comum em lançamentos recentes de grandes jogos. Durante minha experiência, presenciei travamentos, falhas de renderização e animações interrompidas que afetaram a fluidez da jogabilidade. Esses problemas técnicos diminuem a imersão e acabam prejudicando o potencial total do jogo, o que é uma grande decepção para um título AAA.

Por outro lado, a trilha sonora é um dos grandes destaques. Composições que mesclam o estilo clássico de John Williams com batidas eletrônicas criam um ambiente sonoro único. Em momentos de ação, a trilha eleva a intensidade e ajuda a mascarar, em parte, as falhas de jogabilidade. No entanto, é válido ressaltar que a qualidade da música não compensa inteiramente os problemas técnicos.

Veredito

Star Wars Outlaws é uma mistura de altos e baixos. Ele captura com maestria a atmosfera do submundo da galáxia, trazendo uma protagonista carismática e um enredo promissor, fora que o jogo é extremamente lindo visualmente. Entretanto, suas falhas técnicas, controles rígidos e algumas decisões de design ultrapassadas prejudicam o brilho do jogo. Para os fãs de Star Wars, há certamente momentos de diversão, especialmente nas batalhas espaciais e na exploração do mundo aberto. Contudo, é difícil ignorar os problemas que permeiam a experiência. De qualquer forma, eu indico demais o jogo caso você consiga-o em uma boa promoção ou tenha o Ubisoft+, pois definitivamente, o preço cheio da versão completa, é um valor muito acima do que o jogo te entrega no final.

Star Wars Outlaws já está disponível para PC (via Ubisoft Connect e Epic Games), PlayStation 5 e Xbox Series.

Agradecemos a Ubisoft Brasil pelo envio antecipado da cópia para que pudéssemos realizar a review.

About Author

Raul Constantino

Jornalista e professor de comunicação. Eu falo muito de bonecos. Since 1986.