Review – SYNDUALITY Echo of Ada

SYNDUALITY Echo of Ada é um jogo que, à primeira vista, pode lembrar outros títulos populares de anime pós-apocalípticos. No entanto, essa semelhança é superficial, pois o jogo rapidamente se diferencia com sua própria abordagem única ao gênero de extraction shooter. Infelizmente, nem todas as escolhas de design de jogo se mostram eficazes, resultando em uma experiência que nem sempre é satisfatória.

A premissa do jogo é intrigante: a humanidade foi levada à beira da extinção devido a uma chuva tóxica chamada “Lágrimas da Nova Lua”, que é venenosa para tudo o que toca. Para sobreviver, os remanescentes da humanidade se refugiaram em profundezas subterrâneas e dependem dos Drifters para coletar um recurso raro conhecido como Cristais AO. No entanto, essa tarefa não é simples, pois os Drifters devem enfrentar monstros conhecidos como Enders e competir com outros Drifters.

Primeiras Impressões e Microtransações

Ao terminar o tutorial de SYNDUALITY Echo of Ada, a primeira impressão não é das melhores. O jogo rapidamente empurra microtransações na sua cara, incluindo passes de batalha pagos, cosméticos e moeda premium. Essa abordagem agressiva de monetização pode afastar muitos jogadores, especialmente considerando que o jogo é vendido um preço não tão baixo, mas segue um modelo de free-to-play em sua totalidade.

A impressão é que a Bandai Namco estava confusa ao desenvolver este jogo. SYNDUALITY Echo of Ada parece tentar ser uma versão de um extraction shooter com um toque de anime waifu, mas sem a alma, a tensão ou o design de jogo cuidadoso que outros títulos do gênero possuem. Eu não sei se o problema com a monetização do jogo foi passado de forma explícita antes do lançamento, mas ver como ela foi apresentada logo após o tutorial, pra mim foi uma surpresa bem desagradável, levando em consideração que eu realmente não sabia que se tratava de um jogo live service. Pra mim, seria um game mais no estilo de Armored Core (só que em uma abordagem mais voltada para o JRPG).

Jogabilidade e Mecânicas de Looting

O principal problema com SYNDUALITY Echo of Ada (fora o seu modelo de negócio, já citado) é que ele falha em ser envolvente. A mecânica de coleta de loot, essencial para um extraction shooter, não é emocionante. Conseguir bons itens nunca parece recompensador, e os momentos de tensão que normalmente associamos a esse gênero simplesmente não estão presentes ao encontrar inimigos.

O que diferencia SYNDUALITY Echo of Ada de seus concorrentes é a inclusão de mechas, chamados de CRADLECOFFINs. Esses mechas são a espinha dorsal do jogo, servindo como o principal meio de coleta de recursos, combate contra outros jogadores e locomoção pelo mapa.

No início do jogo, as opções de personalização do seu CRADLECOFFIN são limitadas. Seu inventário é pequeno e você mal pode carregar qualquer coisa. Quanto mais peso você carrega, mais lento seu mech se torna, deixando-o vulnerável a inimigos que podem derrotá-lo com poucos golpes.

Desafios e Inimigos

Os inimigos em SYNDUALITY Echo of Ada são bastante desafiadores. Os Enders podem ser derrotados facilmente se você estiver preparado e for cuidadoso, mas você também encontrará inimigos bandidos que pilotam seus próprios CRADLECOFFINs. Esses inimigos podem ser metralhadoras de dano e podem derrotá-lo com alguns golpes bem dados. Eu realmente não estava preparado para o meu promeito encontro com um desses inimigos e fui derrotado em menos de 20 segundos. Hahaha

Ambientes e Exploração

Os ambientes em SYNDUALITY Echo of Ada são o que eu chamaria de genericamente bonitos. A estética lembra Nier Automata em um nível superficial, com seus edifícios destruídos e vegetação, mas falta algo e essa é a impressão que você tem de quase tudo no jogo. O mundo parece brilhante e colorido demais, e a exploração não é tão divertida quanto deveria ser. Além do mais, é repetitiva.

O mapa é grande, mas carece de áreas notáveis e interessantes. O mundo não é tão interativo quanto deveria ser e, no geral, não é divertido de explorar. A maioria das áreas no mapa não tem aquela singularidade que as tornaria memoráveis.

No entanto, gosto da inclusão de climas ruins. As Lágrimas da Nova Lua ainda estão em vigor, e ocasionalmente você encontrará chuva tóxica que seu CRADLECOFFIN não é imune. Se sua resistência cair a zero, você sofrerá danos. Você terá que procurar abrigo para evitar isso, o que considero um conceito interessante e poderia ter sido mais explorado, pra mim esse foi um dos pontos fortes da ambientação, tornando tudo ainda mais desafiador.

Modelos de Personagens e Assistente de IA

Os modelos de personagens em SYNDUALITY Echo of Ada são um pouco piores e entram no território do vale da estranheza. O assistente de IA chamado Magus que me acompanhava parecia mais uma boneca do que uma pessoa. Você pode escolher seu assistente de IA humanoide no início do jogo e até vesti-los, mas, independentemente da personalidade, é difícil se apegar a eles devido à falta de alma em suas interações. Coisa que não acontece com outros jogos que também usam esse tilo de abordagem, como, por exemplo Genshin Impact.

Muitas das microtransações em SYNDUALITY Echo of Ada são voltadas para a personalização do seu Magus. Você pode escolher suas roupas e penteados, mas esses cosméticos podem custar dinheiro real se você quiser brincar de vestir. Não seria tão ruim se os designs dos Magus não parecessem tão pouco inspirados. Simplesmente não vale a pena gastar dinheiro, definitivamente eu sou um consumidor nato desse tipo de coisa, eu compro skins, passes de batalha de incontáveis jogos, e por mais que eu seja muito fã de animes, mechas, e esse tipo de visual, ainda assim não foi o suficiente pra me convencer, e olha que se não conseguiu me convencer a gastar dinheiro com esse tipo de coisa, vai ser pouca gente que será convencido. (Sério, sou muito consumidor disso hahaha).

No entanto, seus Magus não estão lá apenas para exibição. Eles têm suas próprias habilidades que ajudam você, como escanear o ambiente em busca de Cristais AO, escanear outros CRADLECOFFINs para você e até ajudar no combate com várias habilidades úteis se ativadas a tempo.

Problemas de Jogabilidade

Em termos de jogabilidade, há alguns problemas que impedem SYNDUALITY Echo of Ada de brilhar. Em outros extraction shooters, disparar sua arma é uma faca de dois gumes, pois o barulho geralmente atrai outros jogadores, colocando você em mais perigo. Aqui, as armas são tão silenciosas que você mal consegue ouvi-las. Isso também torna difícil encontrar outros jogadores no jogo.

Eu não encontrei muitos jogadores em SYNDUALITY Echo of Ada. Talvez seja porque é difícil se localizar devido à falta de pistas auditivas ou visuais que indiquem a presença de outros jogadores. No entanto, seu assistente de IA ocasionalmente notará o som de um motor próximo ou se um dos pontos de extração está sendo usado, indicando outro jogador na área.

Fica emocionante quando você encontra outro jogador, principalmente pela imprevisibilidade. Embora o jogo incentive a cooperação, não há muito que impeça outros jogadores de derrubá-lo, roubar seu loot e sair com a melhor recompensa. No entanto, ser hostil contra outros jogadores resulta em punições no jogo.

Vale a Pena?

É realmente difícil recomendar SYNDUALITY Echo of Ada. O jogo tem um conceito interessante, mas os problemas em sua execução, juntamente com a presença constante de microtransações, tornam difícil se envolver. Não há muito que valha a pena investir para mantê-lo voltando a este jogo, tendo tantas outras opções mais divertidas, diferentes e claro, free-to-play.

Embora a ideia de um mundo pós-apocalíptico com mechas e uma chuva tóxica seja intrigante, a falta de uma jogabilidade envolvente e os problemas técnicos comprometem a experiência. SYNDUALITY Echo of Ada tem potencial, mas precisa de ajustes significativos para realmente se destacar no gênero. E o primeiro ajuste é: se tornar grátis, levando em consideração que o jogo tem um outro modelo de negócio totalmente bem trabalhado dentro dele.

3

Ruim

SYNDUALITY Echo of Ada tem um conceito interessante, mas falha na execução e é prejudicado por microtransações agressivas.

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