REVIEW | THE DARK PICTURES ANTHOLOGY: LITTLE HOPE
Jogos de terror são sempre bem-vindos para quem curte o gênero, seja os mais independentes ou até mesmo aqueles feitos por grandes desenvolvedoras e publicado por estúdios renomados. Seguindo nessa linha, tivemos a ótima surpresa do anúncio de The Dark Pictures Anthology em meados de 2018 durante a Gamescom. A proposta da série é como […]
Jogos de terror são sempre bem-vindos para quem curte o gênero, seja os mais independentes ou até mesmo aqueles feitos por grandes desenvolvedoras e publicado por estúdios renomados. Seguindo nessa linha, tivemos a ótima surpresa do anúncio de The Dark Pictures Anthology em meados de 2018 durante a Gamescom. A proposta da série é como o nome entrega fácil, Antologia + Histórias sombrias. Visto que Man of Medan -o primeiro capítulo dessa novidade publicada pela Bandai Namco – foi realmente incrível e cumpriu o que prometeu, será que Little Hope, segue no mesmo nível?
Tal como o seu antecessor, Man of Medan, é através dos modos cooperativos que o jogo realmente revela todos os seus mistérios. No modo para um jogador, você controlará diferentes membros de um quinteto, presos na cidade assombrada de Little Hope por uma névoa que aparentemente altera a realidade e atormentados por visões de julgamentos de bruxas do século XVII. Na história compartilhada, no entanto, você terá a oportunidade de vivenciar essas cenas de uma perspectiva diferente, além de ter que contar com seu amigo cooperativo quando o grupo se separar, ouvindo-o enquanto investigam edifícios em ruínas ou emboscado por um monstro. O que leva a experiencia do jogo a outro nível de concepção.
Testei o jogo com um amigo e sozinho, devo dizer que jogar em multiplayer pode ser ainda mais estressante (no sentido ‘bom da coisa’) pois, nos momentos em que você estiver longe e só consegue ouvir o seu amigo em pânico, incapaz de ir em direção de ajudá-lo, é frustrante e torna a experiencia ainda mais envolvente. Em alguns casos, porém, você terá a oportunidade de intervir, mas isso poderia ser ainda pior. Você pode acabar matando-o ou criando alguma outra situação adversa que acabe causando a sua morte.
Sobre a comparação de jogá-lo sozinho e em multiplayer, devo admitir que me diverti mais em multiplayer pois Little Hope é claramente um jogo social. A história em si não muda jogando das duas formas, mas sozinho você perderá as melhores partes. Sem contar a parte “off-game” de lançar teorias, se divertir ao se assustar ou ver seu amigo se assustando e rir da reação dele(a), etc. Depois de cada surpresa ou experiência de quase morte, eu me peguei fazendo uma pausa para que pudéssemos conversar sobre o que acabou de acontecer e construir o quadro completo de nossas perspectivas individuais.
A maioria dos perigos do enredo que pode resultar na sua morte vem através dos Quick Time Events (QTEs), pra quem não tá familiarizado QTE são os combos de botões (ou botão único) em um intervalo de tempo específico para testar a sua concentração, reflexo e skill ao interpretá rapidamente o que é apresentado na tela. Aqui, os QTEs são fundamentais para sobrevivencia, embora eles nem sempre sejam definitivos e geralmente terá algumas oportunidades de obter vantagem ou escapar após um erro, mas sempre que eles são apresentados o clima que fica é de decisão e quando você o erra, sempre há aquele frio na barriga pois na maioria das vezes é no meio de uma situação realmente tensa.
Entre os personagens da trama há drama e muito conflito. A turma é formada por três alunos na casa dos 20 anos, uma aluna madura e seu professor. Dois deles estão namorando secretamente, mas ninguém se dá muito bem em Little Hope. Eles estão estressados, com os nervos à flor da pele, aparentemente por conta do recente trauma do acidente de ônibus que resultou esse ‘resgate’ no qual você deve e irá ir atrás. Com duas horas de jogo você já está bem envolvido tanto na história quanto com os personagens e obviamente se cria suas preferências.
Voltando para a sistemática do gameplay, entre os QTEs e as conversas, há muitas oportunidades para explorar o entorno que está disponível em todos os momentos, principalmente olhando para objetos que o jogo claramente destaca. A câmera foi liberada para dar a você mais controle enquanto você anda pela cidade, permitindo que tenha uma visão melhor dos edifícios abandonados e obviamente mal-assombrados que você continua invadindo. Embora não haja muitos enigmas, a desenvolvedora usa o tempo para criar algumas surpresas desagradáveis e dar algumas dicas sobre o que realmente está acontecendo. Ter outra pessoa com quem conversar sobre sua descoberta faz com que pareça que você está descobrindo um mistério elaborado, mesmo que na verdade esteja apenas clicando em um livro ou fotografia.
Vale a pena?
O jogo entrega o que promete, principalmente se você estiver jogando no multiplayer pois assim você terá uma experiência completa. É cativante e te entrega uma boa dose de mistério, alguns jump scares bizarros (algumas vezes desnecessários) e uma trama envolvente com personagens bem elaborados. Na minha opinião, o jogo peca pelo seu tamanho levando em consideração ao preço de lançamento, vamos lá, levei entre 5 a 6 horas para concluir a história sem pausas, jogando sozinho. Já no multiplayer, levei um pouco mais devido as pausas de discussões e debates sobre o enredo. Mas ainda falando sobre o preço, é compreensível olhando pelo lado de custos, além de ser um ótimo trabalho feito pela desenvolvedora, os dois episódios da série até agora contaram com pelo menos um nome conhecido do cinema/TV, dessa vez, o escolhido para papel principal foi o ator Will Poulter, conhecido por seus trabalhos em Black Mirror, Maze Runner, Cronicas de Narnia, etc.
No mais, o jogo é um prato cheio para se divertir com um amigo, ou até mesmo sozinho. É intenso quando tem que ser e misterioso quando precisa. É interessante, tem boas tramas, bons personagens e te renderá alguns sustos e teorias durante o gameplay. Vale a pena pegar, principalmente se tiver em promoção naquelas sales de final de ano que estão próximas.