22 de Novembro de 2024
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REVIEW | THE LAST OF US – PART 2 (Sem Spoiler)

The Last of Us, lançado em 2013 também exclusivamente para PlayStation (3, na época e depois ganhando uma versão remasterizada para seu sucessor) e desenvolvido pela Naughty Dog foi um divisor de águas e mostrou um tipo de história pós-apocalíptica já muito explorada na época, mas dessa vez, incluindo muitos elementos mais ‘humanos’ e um […]

  • julho 1, 2020
  • 9 min read
REVIEW | THE LAST OF US – PART 2 (Sem Spoiler)

The Last of Us, lançado em 2013 também exclusivamente para PlayStation (3, na época e depois ganhando uma versão remasterizada para seu sucessor) e desenvolvido pela Naughty Dog foi um divisor de águas e mostrou um tipo de história pós-apocalíptica já muito explorada na época, mas dessa vez, incluindo muitos elementos mais ‘humanos’ e um turbilhão de sentimentalismo fazendo com que os jogadores sejam marcados por um jogo bem profundo não sód e sobrevivência, mas também de convivência. Tudo funcionava bem, mas a parte mais marcante, sem dúvida, foi a química dos personagens principais. Em The Last of Us Part 2, essa química e todo esse sentimentalismo por trás de uma história não muito complexa se aflora ainda mais e transforma o game em um dos mais impactantes e profundos jogos da geração.

Primeiro, vou deixar claro que a história em si trás muitos acontecimentos impactantes para quem ainda não jogou TLOU2, por conta disso, vou optar não contar detalhes do enredo, então sinta-se seguro pois você não encontrará spoilers do game a seguir.

ENREDO

Entrando no lugar de Ellie (Ashley Johnson) cinco anos após os eventos do primeiro jogo, a narrativa muda quando você vê o mundo através dos olhos dela. Ela e Joel (Troy Baker) se estabelecem em Jackson, o irmão de Joel, Tommy (Jeffery Pierce), e sua esposa Maria (Ashley Scott) também estão dentre os moradores da pequena cidade. Depois que algo trágico acontece com a cidade e Ellie, ela se vinga contra uma milícia sediada em Seattle chamada Washington Liberation Front. Ela viaja por esse mundo hostil, infestado de zumbis e humanos infundidos por fungos que não agradam a estranhos apenas para completar esta missão.

Em grande parte da narrativa alternamos entre os personagens de ambos os ‘lados’ e também entre os períodos de tempo daqui ao primeiro jogo, semelhante à forma como o Last of Us original contou sua história, exceto pela amplitude maior de posições ao contar o lado de todos. A ambientação do jogo, a trilha sonora, o enredo e efeitos sonoros (e até mesmo a ausência deles em alguns momentos) passam exatamente o que a Naughty Dog pretendia passar: Uma sensação de vazio; E isso foi o que senti por muito tempo durante as 30 horas de jogo. Outro ponto que devo deixar claro sobre minha experiencia com o jogo é que após os acontecimentos extremamente extremos do enredo que causa a motivação dos próximos atos da história em si, criei uma sincronia ainda maior com os personagens principais. Suas motivações foram tão claras e tão inquestionáveis para mim, que eu meio que me esforcei ao máximo para finalizar tudo aquilo da forma que achava que deveria ser, ou como eu gostaria que fosse.

Falando em personagens, desenvolvedora trouxe de volta alguns de seus rostos mais antigos que são igualmente irresistíveis e complexos assim como ‘apresentou’ outros mais novos, como os amigos de Ellie, Jesse (Stephen Chang) e Dina (Shannon Woodward) que combinam com sua excelente química. Alguns dos momentos mais brilhantes e convincentes estão no modo de interação entre Ellie e esses novos personagens.

Enquanto isso, os personagens da WLF e dos Saraphites, um culto religioso que está em guerra com a WLF, têm seus próprios personagens e interesses que tornam essa história ainda mais complicada. Abby (Laura Bailey) e Owen (Patrick Fugit) são exemplos excelentes de como os antagonistas podem ser tão carinhosos quanto os protagonistas. 

As performances dos atores são incrivelmente impecáveis assim como o trabalho de Neil Druckmann, escritor e diretor do primeiro jogo, entre outros títulos da Naughty Dog, e Halley Gross ( Westworld ) que juntos elevam a narrativa a novos patamares que eu nunca vi chegar. A construção de cada personagem nos deu detalhes, brincadeiras e momentos ‘fora da história’ que tornou tudo ainda mais convincente pra mim, trazendo ainda mais humanidade para o decorrer do game.

Ainda falando da história e construção dos personagens, eu preciso admitir que ainda estou digerindo tudo que eu vivi neste jogo. Acho que isso é muito pessoal de cada um, pra uns pode não ter sido tão impactante do que para outros, mas baseado no que EU senti eu vou jogar logo a real e dizer que essa foi a obra de todos os tipos de mídia que mais me conseguiu me impactar de todas as formas possíveis até hoje. Passei da emoção do ‘reencontro’ pra tristeza, da raiva para a alegria e da tranquilidade para o pavor. Definitivamente, The Last of Us Part 2 eleva MUITO o que o primeiro jogo conseguiu nos passar – e olha que o primeiro jogo já o considerava elevado demais a comparar-se com outros que foram lançados no mesmo momento.

JOGABILIDADE

A Naughty Dog nos trouxe para The Last of Us Part 2 uma boa parte da ideia de movimentação do jogo anteriror, de forma que ele não se perdesse muito na jogabilidade ao compararmos com o primeiro, ao mesmo tempo em que nos trouxe melhorias necessárias. O movimento de Ellie é mais fluido do que sua versão mais jovem de 2013, talvez propositalmente justamente para nos passar a ideia de força e amadurecimento da garota. Algumas novas mecânicas ajudam nessa “nova Ellie”, movimentos como pulos maiores, escalada, etc, podem parecer adições pequenas mas que fazem toda a diferença.

Uma adição que é útil, mas que claramente precisa de um aperfeiçoamento, é a esquiva de ataques inimigos. Às vezes, funcionava maravilhosamente e em outras vezes parecia sem resposta, me levando a muitas mortes desnecessárias.

O combate parece ainda mais satisfatório. Perfurar, usar a grande variedade de armas brancas ou atirar em pessoas ou infectados nunca foi tão repugnantemente bom. Toda arma tem um objetivo, enquanto o armamento brusco e agudo parece quase o mesmo, mas ainda assim é divertido ao atacar ou cortar os inimigos. Lembra que eu falei sobre detalhes da jogabilidade que por mais simples que pareçam, fazem a diferença? Então, o jogo as vezes te indica que a melhor forma de avançar de certos pontos é no modo furtivo e muitas vezes rastejar na grama, para de baixo de veiculos, pode aprimorar ainda mais a jogabilidade furtiva.

No primeiro jogo já havia como coletar itens para criação e aprimoramento de armas, mas agora há muito mais opções disponíveis nas diversas árvores de habilidades. Já a exploração é praticamente a mesma, procurando em todos os cantos e gabinetes suprimentos ou itens colecionáveis, como cards. Alguns desses itens são muito importantes, como armas, mas, ao contrário do título anterior, todos podem ser perdidos, pois alguns podem estar escondidos ou trancados em um cofre que precisa de uma combinação, criando experiências diferentes, pois as vezes você encontra um cofre antes da pista que vá abrir aquele cofre.

A PARTE TÉCNICA – GRÁFICOS, EFEITOS E TRILHA SONORA

Os gráficos e iluminação mostram todo o poder da geração atual e chega até mesmo a fazer-nos perguntar: Tem como melhorar ainda mais do que isso? Sem dúvidas, The Last of Us Part 2 é um dos jogos mais bonitos que eu já vi. Claro que tivemos outros jogos na geração que também foram de uma beleza estonteante, mas aqui o visual das texturas de florestas, arquitetura, cidade e personagens são incrivelmente bem trabalhados de forma que muitas vezes confundimos cutscenes com o gameplay de fato. A Naughty Dog acertou em cheio e fez com que o gráfico fechasse a caixa do jogo com selo de obra-prima, não só por seus personagens e enredo magnífico, mas por sua beleza inigualável.

A trilha sonora é outro ponto positivo que não poderia deixar de citar aqui; Cada música de fundo trazem as nuances e tons para cada situação, e os responsáveis por essa maravilhosa trilha tiveram ainda mais liberdade para cada situação já que TLOU2 está muito ligado com a música. Temos momentos chave em que Quick Time Events te colocam para tocar músicas no violão, o que vem rendendo diversos memes por parte dos fãs na internet.

VALE A PENA?

Definitivamente, sim! O jogo consegue nos prender na história do início ao fim. Sem contar a jogabilidade fluida e divertida, os gráficos e trilha sonora também são coisas do outro mundo! O game te trás um vazio proposital, assim como te põe em uma montanha russa de emoções nas quais te deixam ainda mais ligado(a) aos personagens do jogo justificando cada uma das reações após cada ação impactante dentro da história. Bem que Neil Druckmann avisou; Enquanto The Last of Us era um game sobre amor, a Parte 2 é sobre ódio, e esse sentimento realmente se irradia no decorrer dos acontecimentos de uma maneira que aflora a nossas mais profundas emoções, boas e más.

The Last of Us Part 2 está disponível exclusivamente para PlayStation 4.


• Agradecimento a PlayStation BR por nos fornecer uma cópia do game para realização da Review.
• Review feita no PlayStation 4 Pro.

About Author

LuanVerissimo

Diretor de conteúdo do Site AcessoGEEK e Redator no Terra (Geek), especializado em games, cinema, séries e tecnologia, admirador da astronomia e suas teorias místicas de viagens no tempo e espaço, aliens e planetas habitáveis. Sonho em conhecer a NASA.