REVIEW | THE MEDIUM
The Medium está disponível para Xbox Series X e PC gratuitamente para quem é assinante do Game Pass.
Uma das principais críticas dos fãs de games ao lançamento do Xbox Series X no ano passado foi a falta de exclusivos de peso em seu lançamento. Ao contrário da Sony, que apresentou três grandes títulos logo no day-one do PlayStation 5, a Microsoft acabou adiando um dos seus principais games de next gen, o “Halo Infinite”. Agora, meses depois, um dos lançamentos mais esperados para os fãs caixistas está batendo na porta; dos criadores de “Observer” e “Blair Witch” chega exclusivamente para Series X e Windows 10, “The Medium“.
“The Medium” segue a história de Marianne, uma jovem que luta contra a perda de seu pai recentemente falecido. Ela recebe uma chamada estranha, que dá início a um mistério bizarro que conecta o seu passado aos seus poderes médium fantasmagóricos (estes permitem que ela converse e interaja com os mortos e atravesse um mundo infernal).
A voz ao telefone diz a ela para visitar um resort abandonado – onde grande parte do jogo acontece – para desvendar o que está acontecendo. Em alguns momentos do game eu me senti meio perdido na história assim como na jogabilidade. O que acontece é que o game trás uma sistemática diferente de tudo o que vimos até hoje, em alguns momentos, quando você está visitando o mundo espiritual a tela se divide e você vê a mesma área nas duas metades da tela, mas essas áreas são apresentadas de formas diferentes. Um é o mundo dos vivos e o outro é um submundo cheio de morte. Marianne caminha pelos dois simultaneamente. Você usa os dois mundos para resolver certos puzzles: por exemplo, ao pesquisar itens, você notará que objetos e áreas aparecerão apenas em um mundo. Ou, certas interações em um mundo farão uma mudança no outro (como destrancar uma porta), abrindo um novo caminho adiante. Essa ideia é muito boa, porém, em alguns momentos não foi tão bem aplicada e isso trouxe uma jogabilidade um pouco confusa e o dobro de coisas acontecendo ao mesmo tempo. Além disso, os puzzles não são trazem muita inovação, o que é uma pena, pois a sistemática tinha muito potencial para trazer muito significado para a história e deixar o game ainda mais legal.
Mas não vamos generalizar, nem todos os puzzles são má trabalhados, em um momento do jogo você terá que desvendar um quebra cabeça que envolve uma casa de bonecas com alguns espelhos dentro dela, e daí você já imagina a tensão, né? A troca de espelhos pelas diferentes salas da casa de bonecas abre novos portais no mundo real. Na minha opinião, o jogo teria sido uma obra de arte se o restante dos puzzles tivesse sido inteligentes como esse, mas infelizmente eles se mostraram bem mais simples e nada bem trabalhados, geralmente envoliam pegar certos itens, colocá-los em outros lugares para destravar algo diferente no mundo oposto, abrir portas, etc.
Assim como parte da gameplay do jogo, algumas cutscenes seguem o mesmo estilo e dividem a tela ao meio para retratar os dois mundos de forma diferente e aqui vai outro crítica ao jogo; Essa divisão em alguns momentos poderia ter sido deixada de lado por trazer uma experiência estranha. Por exemplo, em alguns momentos a Marianne fala com espíritos que aparecem no mundo espiritual e não aparecem no mundo real, dessa forma você tem que dividir a sua atenção nas duas extremidades da tela pois nunca se sabe quando algo diferente pode acontecer no mundo oposto e na maioria das vezes, nada acontece!
Em termos de terror, “The Medium” tem sim alguns bons sustos, mas eles estão espremidos entre trechos chatos onde eu apenas andei por longos corredores, ou escalei obstáculos, me sentindo perdido. É fácil ficar desorientado, especialmente quando você recebe poucas instruções sobre aonde ir. Mas olhando de outro lado, talvez esse seja o ‘charme’ do game, mas vou logo avisando, não é para todos. A maior parte desses “jump scares” é feita pelos ambientes do mundo dos mortos que atrelado ao ótima design de som perturbador consegue te trazer à excelente experiência de estar em dois mundos ao mesmo tempo. Também ocorre alguns momentos em que você se vê em sequências de perseguição e para mim esses são os pontos fortes do terror no game. Ocasionalmente, você dá de cara com uma besta assustadora, parecida com um gárgula que pode ficar invisível a qualquer momento o que trás ainda mais apreensão em alguns momentos. No caso dessa perseguição, há formas de você usar um pouco de stealth e tentar fugir de tais problemas; Ao pressionar um dos botões do seu controle – ou teclado – Marianne prende a respiração, tornando-a menos detectável, se agachar também vai te ajudar a prosseguir mais tranquilamente ou proteja-se ao se afastar.
Vale a pena?
Bom, como eu citei em algum momento da análise, o game claramente não é para todos os perfis de público e nem é indicado para quem busca muito terror ou tensão como no caso de “Blair Witch” ou “Outlast” por exemplo, pois ele não se baseia somente em ação e sim na resolução de puzzles que vão te elevar na história. Finalizei o jogo em apenas 5 horas e 20 minutos, o que também me decepcionou um pouco por conta do elevado preço de lançamento. Mas levando em consideração que o jogo está disponível gratuitamente para quem é assinante do Xbox Game Pass no PC e no Xbox, nem podemos usar isso como fator decisivo. A ideia do game é pretensiosa e inovadoras, mas em alguns momentos, não é bem aplicada o que pode ser crucial no momento em que vamos dar uma nota para o game. Ainda sim, o jogo é muito interessante e por se tratar de um jogo que está disponível gratuitamente para assinantes dos serviços da Microsoft, vale sim a pena dar uma conferida. Mas caso você tenha que comprar o jogo, acho melhor você aguardar uma boa promoção.
The Medium está disponível para Xbox Series X e PC (via Microsoft Store, Steam e Epic Games Store) e também está disponível gratuitamenmte para quem for assinantes do Xbox Game Pass no PC e Xbox.