REVIEW | The Quiet Man, uma ideia pretensiosa, uma execução fracassada
De uns tempos pra cá, filmes ‘quase mudos’ chegaram a aparecer de alguma forma nos nossas telas, mesmo não se tornando uma febre como aconteceu com os found footages em meados de 2007, mas fizeram certo barulho e foram bastante elogiados pela crítica. Começando em 2016 com Hush e O Homem nas Trevas até chegar […]
De uns tempos pra cá, filmes ‘quase mudos’ chegaram a aparecer de alguma forma nos nossas telas, mesmo não se tornando uma febre como aconteceu com os found footages em meados de 2007, mas fizeram certo barulho e foram bastante elogiados pela crítica. Começando em 2016 com Hush e O Homem nas Trevas até chegar ao mais recente: Um Lugar Silencioso que fez um sucesso estrondoso para fãs de filme de suspense. A proposta de The Quiet Man é – de certa forma – parecida, o jogo tenta inovar de todas as formas, desde misturando uma jogabilidade de ação à cenas em live-action que podem vir a quebrar um pouco o clima de quem está jogando, mas de toda forma foi uma boa tentativa de inovação.
Dane é o protagonista do game, ele é totalmente surdo e precisa lutar nesse mundo auditivamente quieto para descobrir o que motivou o sequestro de uma cantora por um homem misterioso mascarado. Como foi dito anteriormente, o game mistura cutscenes um pouco longas e totalmente em live-action mescladas à gameplay que promete total adrenalina, mas não cumpre. Primeiro, que a IA do jogo deixa muito à desejar, fazendo com que jogos de 1999 pareçam ter personagens muito mais inteligentes e desenvolvidos do que os NPCs aqui. Segundo, é muito estranho como as cenas de live-action se destoam do gameplay, o que era para ser o complemento um do outro faz mais parecer que são duas coisas diferentes, como se estivéssemos pausando um filme e iniciando um jogo e vice-versa.
A ideia é sim muito boa, porem a execução dessa ideia deixou muito à desejar por diversos fatores, a gameplay é repetitiva e cansativa, um jogo que é para ser curto, parece que demora milhares de horas por trazer um gameplay vazio e que não prende a sua atenção, ao contrário das cutscenes que tem um alto poder de produção fotográfica.
Quando o game foi anunciado como uma experiencia cinematográfica, eu já não esperava uma grande gameplay de ação, o que esperei foi algo mais parecido com os games da telltale, talvez com alguns QTE’s mas que focasse na experiencia de escolhas, que desencadeariam algo bom o ruim de acordo com o seu desempenho.
Realmente não tem muito o que falar de The Quiet Man porque não há nada para se aprofundar em um game que é visivelmente superficial. Seja em sua história, clichê, ou por sua jogabilidade repetitiva em que você precisa somente do uso de duas teclas repetidamente para derrotar todos os inimigos como em jogos de beat em up. Embora as cutscenes sejam muito bem produzidas, com atores reais, isso ainda não é o suficiente para salvar o jogo e nem para ser algo que possamos positivar o game, até porque as cenas são longas e entediantes.
É uma pena, as intenções e ideias pareciam ser boas, mas infelizmente não foi dessa vez, Human Head.