22 de Novembro de 2024
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WestWorld – Você é Humano?

O que significa ser humano? São nossos corpos? Nossas mentes? Alguma combinação de ambos, associado talvez com um senso espiritual superior? Poderia a natureza humana transcender o corpo humano e sua origem biológica? Aparentemente, Westworld, a nova série da HBO que estreou nesse Domingo (2 de Outubro) irá tentar responder essas perguntas. E se o […]

  • outubro 3, 2016
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WestWorld – Você é Humano?

O que significa ser humano? São nossos corpos? Nossas mentes? Alguma combinação de ambos, associado talvez com um senso espiritual superior? Poderia a natureza humana transcender o corpo humano e sua origem biológica?

Aparentemente, Westworld, a nova série da HBO que estreou nesse Domingo (2 de Outubro) irá tentar responder essas perguntas. E se o primeiro episódio for algum indicativo, temos em mãos uma série provocativa, inteligente e extremamente bem produzida, como já era esperado da HBO. Vamos às nossas primeiras impressões do “Mundo do Velho Oeste”:


Primeiro, um pouco de trama para contextualizar, ainda que fique óbvio na estreia que há elementos ainda não revelados. Em um futuro próximo, o grande inventor Robert Ford (vivido por Anthony Hopkins), com o financiamento de uma corporação, consegue criar androides que beiram a perfeição em sua semelhança humana. Essas criaturas são enviadas para habitar um parque de diversão temático do Velho Oeste para os mega-ricos, onde pessoas interagem com esses androides em narrativas que duram algumas semanas.

Para os androides, a vida se resume a um loop temporal justamente na duração do período de férias desses visitantes. Ao final de cada ciclo, suas memórias são apagadas e eles voltam ao ponto zero de seus roteiros. Conforme a interação com os visitantes humanos visitantes, esses roteiros sofrem leves adaptações, mas nunca oferecendo chance de livre arbítrio aos androides. E tampouco a possibilidade deles ferirem os humanos que abusam e tripudiam de seus entes queridos.

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Porém, como toda boa trama nesse estilo, algo começa a fugir do aparente controle total de Robert, de sua equipe e da corporação. Perigos internos e externos parecem ameaçar esse equilíbrio artificial e gerar comportamentos… “anômalos” aos androides.


O público da HBO, acostumado com o alto refino da produção, vai se sentir em casa. A recriação de um Velho Oeste artificial é primorosa: não somente por ambientá-lo muito bem, mas especialmente pelo senso de artificial que a direção de arte consegue aplicar. A grama é um pouco verde demais. O céu azul é um pouco azul demais. É aquela sensação da “perfeição incômoda”, claramente intencional em uma série com essa temática. Ao mesmo tempo, o design de set dos laboratórios, um contraste anti-séptico e frio ao mundo empoeirado de WestWorld, é igualmente atento aos detalhes.

O elenco traz grandes nomes, como Anthony Hopkins e Ed Harris (vivendo o “Homem de Preto”, aparentemente um visitante com uma agenda sombria) e atores mais novos que entregam no episódio de abertura ótimas atuações. Evan Woods (a principal androide, Dolores Abernathy, que vocês viram em ‘Across the Universe’ e ‘O Lutador’) revela um papel complexo, que a exige caminhar entre o artificial óbvio e o que parecem ser rotinas mais profundas. James Marsden (o também androide Teddy Flood, e eterno Ciclope dos ‘X-Men’) faz seu tema de bom moço de sempre, e até mesmo Rodrigo Santoro (o malvadão Hector Escaton, androide casca-grossa) faz bom papel. Chama a atenção o personagem de Jeffrey Wright, Bernard Lowe, o principal assistente do Doutor Ford: claramente alguém conflitado, possivelmente com um passado de perdas e dor.

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Agora, o que realmente prende o espectador são as perguntas existenciais e os mistérios que já começam a surgir. Nesse artigo de primeira impressões não falaremos deles para evitar spoilers, mas os temas filosóficos… que prato cheio para o público que aprecia essas discussões. As possibilidade de temas que WestWorld pode abordar é extensa e seguramente irão atingir vários de nós em pontos centrais de nossas próprias crenças.

Afinal, se você fosse um ser programado, como saberia de fato se é real ou não? Similar aos replicantes de Blade Runner, talvez a pergunta mais justa seja quem tem autoridade para lhe chamar de real ou não, salvo você próprio? E o que você faria ao encontrar um criador que lhe puna por ser livre? Até que ponto você lutaria para escrever seu novo roteiro? Só assistindo para saber!

About Author

Gustavo Lodix

Quadrinhos, séries e filmes são meu principal hobby e necessidade básica do dia-a-dia! Jogador velhaco de videogame, especialmente Nintendo (por mais que isso seja difícil às vezes!). Provavelmente o maior fã de Marvel que você conhece!

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