Patrulha do Destino | Gerard Way
Ultimamente, a editora DC tem entregado uma de suas melhores fases. Muito se fala sobre como DC Rebirth (“DC Renasce) renovou a linha do que é tido como um fracasso dentro dos Novos 52, mas mesmo antes disso a linha já não andava tão boa. O momento atual tem sido um sucesso de crítica e vendas, […]
Ultimamente, a editora DC tem entregado uma de suas melhores fases. Muito se fala sobre como DC Rebirth (“DC Renasce) renovou a linha do que é tido como um fracasso dentro dos Novos 52, mas mesmo antes disso a linha já não andava tão boa. O momento atual tem sido um sucesso de crítica e vendas, há muito tempo não visto.
Uma das críticas negativas, porém, é que essa linha editorial carece de diversidade, de que muitos dos personagens se comportam de forma similar e análoga. Até é um pouco verdade que há um desejo óbvio de mostrar os personagens em um tom mais otimista e heróico, de certa forma afastando a sensação do “sombrio e pesado” que alguns alinham até os meados dos anos 80, pós Watchmen e Cavaleiro das Trevas.
Independente de você concordar ou não com essa percepção, a DC lançou nessa quarta-feira a melhor resposta para aqueles preocupados com uma linha de publicação “mono-tom”. O pop-star Gerard Way (vocalista do ‘My Chemical Romance”, para os não íntimos), já era um nome conhecido para os amantes dos quadrinhos, tendo provado ter uma mente absurdamente criativa com os dois volumes de “Umbrella Academy”. Pois agora a DC entregou uma sub-linha editorial inteira para Gerard, chamada de “Young Animals” (ou “Bichos Novos” em uma tradução livre).
Ainda que passando dentro do Universo DC, a linha terá muito pouca conexão com a linha Rebirth principal e irá se basear em personagens muito obscuros, cada um com um conceito para lá de amalucado. A linha contará incialmente com “Shade, the Changing Girl, “Mother Panic”, “Cave Carson Has a Cybernetic Eye” e a volta da Patrulha do Destino (“Doom Patrol”), feita famosa entre os cults pela fase do igualmente doido Grant Morrison.
É justamente esse novo volume de Patrulha do Destino que foi lançado nessa quarta-feira nos Estados Unidos. Nosso correspondente Lodix esteve em Nova York nessa semana para o lançamento e nos conta como a série começa essa nova iniciativa da DC.
Sabem aqueles quadrinhos (ou filmes, ou séries) que não estão nem um pouco preocupados em explicar ao seu público quais são seus segredos? Que exigem ser revistos múltiplas vezes? Que demandam que montemos seu quebra-cabeça, mas sem mostrar a imagem final do que estamos montando?
O novo volume da Patrulha do Destino, escrita por Gerard Way e desenhada por Nick Derington é exatamente assim. Honestamente, com base na primeira edição, eu não tenho a menor idéia do que eu estou lendo. E isso depois de me debruçar duas vezes sobre o material para escrever essa revisão.
E quer saber a verdade? Eu adorei isso. Aparentemente, estamos vendo a nova formação do time (?) se juntar, com alguns membros retornando (a sequência com Niles Caulder é hilária) e outros novos sendo introduzidos. A trama (??) gira em torno de como alienígenas ou seres extra-dimensionais odeiam um hotel em uma pequena cidade, sobre como um universo compacto existe dentro de um burrito e sobre como um anjo e um leão mágico morrem invadindo uma torre (???). Ao mesmo tempo em que a Rua Viva chamada Danny será deturpada por receber um franquia de lanchonetes.
A influência de Grant Morrison é óbvia. Não somente pelo uso de certos personagens, mas especialmente pelo tom insano que a história assume. Gerard Way está em seu momento mais experimental, tanto em temas como em estrutura de narrativa. A arte de Derington tem uma qualidade muito adequada aqui, um senso cartunesco mas ao mesmo tempo realista que alimenta o senso de “irrealidade”.
Promete, pessoal. Em umas 10 edições eu espero começar a fazer sentido de tudo isso. Ou não. E tudo bem. Mesmo.