REVIEW | SCORN
Jogamos o novo jogo de terror publicado pela Kepler Interactive e desenvolvido pela Ebb Software.
Em meio a um mês onde diversos lançamentos são jogados todos os dias para todos os lados, um jogo em especial me chamou atenção; Scorn! Faz pouco tempo que tinha ouvido falar do game e fiquei curioso para pesquisar mais sobre ele e minhas primeiras impressões de cara foram ótimas. O jogo parece realmente bom, principalmente pela sua ambientação que traduz aquilo que provavelmente os desenvolvedores queriam te passar – um sentimento de angústia, medo e solidão. E por falar em desenvolvedores essa foi a minha segunda surpresa. Acontece que nunca tinha ouvido ou visto nada da tal Ebb Software e ao pesquisar, vi que esse é o primeiro projeto da empresa isso me deixou ainda mais curioso e animado!
Agora, com o jogo em mãos tive diversos outros sentimentos, bons e outros nem tanto, mas preciso começar dizendo que por boa parte da primeira metade do jogo você a pensará que é um jogo de puzzles complexos, com sistemas indescritíveis e não imediatamente decodificáveis. e talvez essa seja uma das maiores belezas de Scorn – obviamente depois da ambientação que eu já havia citado. O que eu quero dizer com ‘puzzles complexos’ é a pura ideia de Scorn, afinal, dá pra ver de cara que o jogo quer te fazer viver dentro de um aparente pesadelo, onde o sofrimento é algo normal, né? =P E o jogo é bem isso mesmo, até que você entenda qual é o seu propósito final, qual a sua função no quadro geral da existência.
Eu confesso que eu não sou muito fã de jogos em que em nenhum momento temos linhas de diálogo explicando enredo, textos, jogos que nunca fornecem mapas, tutoriais, etc e na maioria das vezes eu acabo desistindo fácil porque é como se eu realmente estivesse perdido e isso me deixa aflito. Em Scorn já esperando por isso, então eu realmente mergulhei com tudo e fui em busca de desvendá-lo por completo! A função do jogo é realmente deixar você sozinho em um mundo que é uma ameaça constante, então eu precisava encarar isso tudo como um desafio para me manter forte na aventura.
Voltando a falar um pouco da ambientação, volto a afirmar (agora como jogador) que é a parte em que os desenvolvedores mais acertaram no game! Em todo o momento você se encontrará perdido, atordoado e trancado em um lugar aparentemente úmido e sinistro, como se você tivesse sido engolido por uma criatura gigante horripilante. O caos de Scorn é uma viagem para uma confusão inevitável que só com insistência pode tornar-se um caminho seguro.
De uma hora pra outra você se verá mexendo em máquinas nas quais você não compreenderá de imediato a sua função, ao mesmo tempo em que se move em busca de pontos de referência e outras soluções para conseguir avançar – mas você terá constantemente um mundo que sabe se comunicar com você através do ambiente.
Durante todo esse passeio que você dá pra lá e pra cá dentro do jogo, alguns momentos sugerem verdades submersas e deixa espaço para muitas perguntas, até você alcançar uma segunda metade que deixa mais claro o que aconteceu, o que ficou e quais consequências ainda repercutem ao longo do tempo. Porém, o ritmo do jogo é bem lento e essa é a maior dificuldade que encontrei, embora tenha finalizado o jogo em apenas 8 horas eu tive a impressão que tudo poderia ter sido feito bem mais rápido mesmo parte da ‘culpa’ dessas 8 hora tendo sido minhas me perdendo ou tendo dificuldade entre um puzzle e outro, e por falar nisso, os puzzles de Scorn fogem totalmente dos clichês que estamos acostumados a ver na indústria e esse foi o motivo no qual eu acabei tendo algumas dificuldades por subestimar de início.
Falando um pouco sobre a jogabilidade, vale ressaltar que grande parte das horas inicias do jogo serão dedicadas à exploração, os puzzles para que você possa se imergir no mundo amedrontador do game. Mas mesmo assim você receberá armas, mas a munição é escassa, apenas recarregável em distribuidores especiais que depositarão uma quantidade finita para o seu uso. Depois de falar das armas, preciso falar de um dos pontos mais fracos do game; o combate. O combate de Scorn é horrível! (E dessa vez é em um mal sentido mesmo). Definitivamente o nosso personagem está muito abaixo dos monstros inimigos que atacarão você de longe sem que haja muita chance de você conseguir esquivar-se ou bater de frente com eles, já que possui uma vida bem frágil e munições escassas como citei anteriormente.
O que Scorn realmente precisava, além de um modo Discovery Tour sem combate, é uma esquiva. Mas, na minha opinião um modo sem combate seria bem-vindo, até porque fica obvio que o combate é algo que ficou para segundo plano e tentei fugir dele o máximo que pude (quase todas as vezes que era possível).
Vale a pena?
Embora Scorn possua alguns problemas como o combate um pouco desbalanceado e o ritmo arrastado, ainda assim consigo indicar o jogo pois toda a ambientação e o desenrolar são satisfatórios. Vale ressaltar que caso você seja uma daquelas pessoas que precisa de tutoriais, uma história linear amarrada, facilidades e um bom combate, este jogo não é para você! Agora se você quer ficar imerso em um mundo amedrontador e horripilante e avançando cada vez mais para desvendar aos pouco os seus mistérios, pode vir com Scorn que você não irá se arrepender!
Scorn já está disponível para Xbox Series X|S e Microsoft Windows.