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REVIEW | Sea of Solitude

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Desenvolvido pelo estúdio de Berlim Jo-Mei e publicado pela Electronic Arts, Sea of Solitude explora as complexidades por trás de um conceito presumivelmente fundamental: ser humano. Ele coloca você no lugar de uma jovem chamada Kay, que desperta em um mundo cheio de água e cidades abandonadas, possuindo nada mais do que um barco, um flare e uma mochila.

Sea of Solitude é um jogo simples e que não perde tempo com explicações iniciais. Os primeiros minutos resumem – além da história – toda a mecânica que um jogador precisa. Um mundo submerso é isso que vemos de início e um outro mundo superior baseado na própria psique atormentada de Kay, habitado por vários monstros e aparições; monstros gigantes marinhos, gigantes crustáceos e até mesmo um corvo colossal representam as pessoas que a personagem conhece e até ela mesma. Um dos pontos interessantes do game é que a sua ambientação muda de acordo com o estado psicológico da personagem. Praias ensolaradas paradisíacas podem dar lugar às praias agitadas ou sem vida em questão de segundos, euqnato o ritmo tranquilo pode dar lugar instantaneamente a um ambiente sinistro. 

Ou seja podemos considerar que um dos pontos fortes do jogo é a maneira como o ambiente e a trilha sonora conversam entre si.

Ainda falando sobre o enredo e o lado psicológico do mesmo, precisamos pontuar que Sea of Solitude é assustador! Não da forma mais comum, não pelos monstros ou pelas diversas criaturas que você encontra no game, mas sim pelo que cada elemento representa. O jogo é profundo e quer passar isso a cada minuto de gameplay, assim como acontece em Hellblade: Senuas Sacrifice, o personagem principal é atormentado pelos problemas de sua vida de uma forma em que o seu psicológico fértil guia todos esse problemas como uma forma de protesto, criando cada acontecimento. Alguns problemas cotidianos podemos identificar com o decorrer, como seu irmão mais novo sendo submetido a bullying, o casamento disfuncional de seus pais, a depressão de seu namorado; os vários capítulos do jogo representam todos os problemas sociais reais e, muitas vezes, o estigma associado também. É aí que o “horror” do Mar da Solidão se  instala, mostrando quão real esses problemas realmente são.

Assim como restante do game, a jogabilidade tem uma premissa bem simples. A principal ferramenta de Kay em Sea of Solitude é seu reflexo confiável, que pode dissipar aparições, destacar objetivos e muito mais. No entanto, ela terá que fazer a maioria das outras tarefas. Correndo, escalando, resolvendo quebra-cabeças e, acima de tudo, experimentando a onda imensamente simbólica de emoções.

No que diz respeito aos níveis, o jogo é bastante brando, já que geralmente é mais sobre o “sentir” do que sobre o desafio. Quebra-cabeças são relativamente fáceis, não há penalidade de respawn, há uma abundância de checkpoints. Resumindo, você não precisa de muita habilidade técnica para completar o jogo. Tudo que você precisa é de um pouco de tempo e saber como colocar dois e dois juntos.

O maior ponto fraco do game é justamente um dos pontos fortes que citei anteriormente; a simplicidade. Quando um puzzle ou um chefe é muito simples, os jogadores tendem a achar que o jogo tem uma necessidade de entregar tudo de bandeja e isso pode atrapalhar a experiencia de alguns players um pouco mais exigentes. Mas ainda assim, Sea of Solitude é um jogo imperdível e merece ser jogado pelo simples fato de te fazer mergulhar em um mundo de emoções (literalmente e figuradamente).

Se já não estava claro o suficiente, é sobre a realidade. Sobre a vida. Sobre cuidar de nossos entes queridos e seguir em frente. Um dos monstros na jornada de Kay resume bem: “A vida não é sobre perda – é sobre mudança. E às vezes, para nos curar, precisamos nos soltar.


Sea of ​​Solitude está agora disponível para PC, PlayStation 4 e Xbox One. 
Desenvolvido por Jo-Mei. Publicado pela Electronic Arts. 
Uma cópia do PS4 foi fornecida para revisão.

Diretor de conteúdo do Site AcessoGEEK e Redator no Terra (Geek), especializado em games, cinema, séries e tecnologia, admirador da astronomia e suas teorias místicas de viagens no tempo e espaço, aliens e planetas habitáveis. Sonho em conhecer a NASA.

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