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REVIEW | GHOST OF A TALE

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De uns tempos pra cá os jogos indies vem tomado conta de grande parte da biblioteca de games dos jogadores. Seja por terem um custo bem mais baixo do que um jogo AAA ou por muitos deles serem feitos com muito carinho e cuidado por equipes de desenvolvedores pequena e independente. Um desses jogos indie que merece um destaque é o Ghost of a Tale jogo que foi lançado em Março de 2018 e mesmo após dois anos de lançado segue ‘envelhecendo’ muito bem.

Em Ghost of a Tale, os jogadores controlam Tilo, um roedor bardo que foi preso aparentemente sem motivo e separado à força de Meera, o seu grande amor. Porém, todas as dificuldades não fez com que Tilo desistisse facilmente e assim ele decide que tem que escapar da grande prisão e reencontrar sua amada.

Durante sua missão, Tilo encontrará um elenco de personagens coloridos que o ajudarão em sua jornada, se expandirão no mundo e abordarão alguns temas muito interessantes, como o racismo. E isso, pra mim, é um dos grandes destaques do game. A forma leve em que ele trata de temas delicados – as vezes indiretamente força uma reflexão em meio ao gameplay.

A história e o desenvolvimento de todos os personagens que são incluídos de alguma forma no enredo, estão também entre o ponto forte do jogo. À primeira vista, o enredo pode parecer simples e clichê e de alguma forma isso pode até ser verdade, mas a forma em que ele envolve e desenvolve os personagens é de uma maestria significativa.

Muitas das interações com os NPCs envolvem algumas “batalhas de diálogo” que exigem que os jogadores escolham as opções de diálogo certas para revelar missões, concluí-las e receber informações cruciais. A escrita também torna a maioria dos personagens absolutamente memoráveis.

Ghost of a Tale é um RPG de ação, mas defini-lo somente como um Action-RPG seria injusto, pois ele envolve outros elementos que geralmente não são vistos em um ARPG comum, como o stealth. No início, por exemplo, em sua jornada de fuga, Tilo é obrigado a esconder-se para passar próximo a guardas e assim evitando contato físico e visual, algo que nessa altura seria fatal para o personagem, sem contar que o combate físico não é prioridade aqui, já que Tilo não é um guerreiro. A mecânica furtiva é relativamente simples e direta, mostrando um indicador nos inimigos próximos, quando o indicador ficar vermelho isso representará perigo a Tilo e o pequeno roedor deve afastar-se ao máximo até que o indicador perca a cor. Também existem itens no jogo que podem ser jogados para atrair a atenção dos inimigos, uma ‘estratégia’ que deve ser adotada obrigatoriamente em alguns pontos chaves de progressão.

A falta de combate não significa que Ghost of a Tale carece de muitas das mecânicas de RPG mais importantes. Tilo ainda obtém pontos de experiência ao completar missões, e ele aprende algumas habilidades úteis que tornarão sua missão mais fácil, além de conceder um aumento de Stamina, o que é extremamente importante, pois muitas das ações que ele pode executar a consomem. Também há muitos itens a serem descobertos, alguns relacionados à progressão do jogo, outros que podem ser equipados para aumentar as estatísticas e dar aos jogadores um pequeno grau de personalização. Eles não afetam muito o jogo, mas há sempre mais opções. Existem também algumas roupas para coletar, que não apenas alteram as estatísticas, mas desbloqueiam opções de diálogo adicionais com os NPCs e até dão acesso a áreas inacessíveis.

As missões são – sem dúvidas – uma parte importantíssima do jogo, e é nesse quesito que o Ghost of a Tale brilha. As missões são extremamente variadas e tiram vantagem de muitas das mecânicas do jogo de maneiras muito interessantes, como o ciclo dia e noite. As missões também estão ligadas à história principal, e elas nunca parecem cheias: ajudam os jogadores a entender não apenas o mundo do jogo, mas também a motivação por trás das ações dos personagens. O fato de todo o conteúdo parecer significativo para o objetivo final torna toda a experiência extremamente envolvente.

A ambientação, os cenários e gráficos são de grande bom gosto e muito bem trabalhados também, à primeira vista é muito difícil entender que o jogo trata-se de um game independente pois bota no chinelo muitos jogos desenvolvidos por grandes estúdios.

No final, Ghost of a Tale é um jogo de RPG de ação verdadeiramente único que conta uma história muito significativa e ostenta alguns recursos que fazem com que o game se destaque entre os demais; como o cenário e a jogabilidade furtiva que é o grande diferencial da jogabilidade. Porém, para aqueles que vêem o combate como principal peça de um RPG de ação, é bom passar longe do jogo, como citei antes, o próprio personagem principal não é visto e definido como um guerreiro e é compreensível os desenvolvedores não colocarem combate como o primeiro foco, pois seria abrir mão da motivação e essência desse carismático protagonista.

O jogo está disponível para PC, PlayStation 4 e Xbox One.

Review realizado no PC. Cópia do jogo foi cedida pelos nossos parceiros de sempre: Nuuvem.

Diretor de conteúdo do Site AcessoGEEK e Redator no Terra (Geek), especializado em games, cinema, séries e tecnologia, admirador da astronomia e suas teorias místicas de viagens no tempo e espaço, aliens e planetas habitáveis. Sonho em conhecer a NASA.

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